O juiz americano Denny Chin ordenou que o financista Bernard Madoff, acusado de ter cometido a maior fraude financeira da história, entregue às autoridades bens no valor de US$ 170 bilhões, que serão vendidos para indenizar as vítimas.
As atuais posses do financista valem menos do que o valor pedido. Em todo caso, a ordem prevê a renúncia a todas as suas propriedades. Madoff se declarou culpado de 11 delitos e receberá sua sentença na segunda-feira.
O promotor do caso, Lev Dassin, pediu ao juiz para que condene o especulador a 150 anos de prisão com o objetivo de garantir uma pena perpétua e de fazer com que isso tenha “um efeito dissuasório” para os que estejam tentados a seguir seus passos, segundo declarou em um documento apresentado na sexta-feira.
A defesa, por outro lado, solicitou 12 anos de prisão para Madoff, que tem 71. Como parte de um acordo com a promotoria, sua esposa, Ruth Madoff, poderá ficar com US$ 2,5 milhões.
ESCÂNDALO
Madoff foi detido em dezembro, quando a fraude foi descoberta, e se manteve em prisão domiciliar. Desde março, está em uma casa de detenção em Nova York. O acusado oferecia rentabilidades razoavelmente altas, em torno de 10%, tanto nas épocas de altas do mercado, quanto durante as quedas da bolsa.
Os investidores eram pagos com os recursos de outras vítimas. Aparentemente, Madoff nunca colocou o dinheiro na bolsa, mas o deixou em simples contas bancárias. Assim, o financista provocou US$ 13 bilhões em perdas, segundo uma estimativa “conservadora” adiantada por Dassin no documento apresentado na sexta-feira.
O próprio acusado falou de uma fraude de US$ 50 bilhões. Essa cifra provavelmente inclui os juros que deveria ter pagado a suas vítimas e não apenas o capital inicial que lhe entregaram.