O meio-campo haitiano Sony Norde, da
equipe sub-20 do San Luis, pediu aos clubes do futebol mexicano que
ajudem seu país, abalado por um forte terremoto na terça-feira.
“Se puderam ajudar, que o façam”, disse à imprensa o jogador, de
19 anos. Ele espera viajar hoje à capital do Haiti, Porto Príncipe.
Norde recebeu ajuda do San Luis para buscar seus familiares, com
os quais não fala desde o tremor.
“Minha família está em perigo, talvez não tenha o que comer”,
disse o jogador, que tem como parentes mais próximos em Porto
Príncipe sua mãe e dois irmãos, uma mulher de 22 anos e um homem de
15.
Habilidoso, Norge é considerado uma das revelações do futebol do
país e chegou a fazer testes nas categorias de base do Boca Juniors,
da Argentina.
O San Luis é uma das cinco equipes mexicanas que participará da
Libertadores deste ano, mas dificilmente o jogador ganhará espaço no
grupo – o clube começa já nas oitavas por decisão da Confederação
Sul-Americana de Futebol (CSF), pois foi prejudicado pelo surto de
gripe suína que abalou o país ano passado.
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de
Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto
Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o
número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.
Ontem, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia
falado de “centenas de milhares” de mortos.
O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do
país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no
Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.
A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da
Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor