O músico Jorge Vercillo, dos hits Monalisa, Homem Aranha e Que Nem Maré, lança agora o DVD Trem da Minha Vida, resultado da turnê do álbum Somos Todos Um. Em entrevista ao Virgula, ele fala sobre a gravação do show, as comparações com Djavan e revela que gostaria de gravar com Daniela Mercury e Falcão, do Rappa.

Como foi a turnê do álbum Somos Todos Um, que se transformou no DVD Trem da Minha Vida?
Esse show foi evoluindo durante a turnê e se renovando, até se transformar na apresentação do DVD. Ele é uma união de tudo de mais legal e amadurecido da turnê do álbum. Todo o processo de criação do show foi muito prazeroso.

Por que cantar em inglês?
Essa foi a primeira vez que cantei em inglês. Minha música, há um tempo, vem mostrando uma proximidade muito clara com o jazz. A música Devaneio, na qual canto alguns trechinhos em inglês, tem tudo a ver com jazz. Mas a única música em inglês mesmo é Tenderly, que eu gravei exatamente porque a sonoridade das minhas músicas me aproximou dessa pegada mais jazzística, mais romântica.

No show Trem da Minha Vida você interage bastante com o público. Você acha esse diálogo importante para sua música?
É tudo uma questão de estar pleno no palco. Se você estiver se sentindo pleno, o público vai aceitar suas manifestações, vai interagir com essa espontaneidade. Então se sinto que tenho algo importante para dizer, sei que existe espaço para isso e que faz sentido. O show que está no DVD foi um momento em que eu me sentia completo e que estava à vontade para conversar com o público e ser eu mesmo.

Suas apresentações têm uma cara de naturalidade, como se você chegasse no palco e improvisasse algumas coisas. Você ensaia muito?
Muito. O DVD Trem da Minha Vida é resultado de uma turnê muito grande, então já estávamos todos tão afinados que tudo que fazíamos tinha um tom de naturalidade. Tudo ficou muito verdadeiro e a resposta do público foi maravilhosa. Um dos ápices do show é a performance da música Camafeu Guerreiro em que chamo os músicos para improvisar e cantar para a platéia. É muito prazeroso ver os músicos, que costumam ficar quietinhos só tocando, vencer a timidez na hora de cantar. Foi um dos momentos favoritos do público.

Como você escolhe suas parcerias? Existe alguma parceria inusitada que você tenha vontade de fazer?
Escolho aleatoriamente. Costumo convidar pessoas que admiro, ou que me procuram querendo propor parcerias. É sempre um prazer gravar com meus convidados. Uma parceria que queria muito fazer é com o Paulo César Pinheiro, por exemplo. Também queria muito gravar com o Falcão, do Rappa, que admiro muito, com a Daniela Mercury, a Luiza Possi e a Isabela Taviani, com quem já escrevi algumas composições que estarão no próximo CD dela.



 


As pessoas ainda te comparam com Djavan?
Olha, não tem motivo para isso. Já lancei 10 álbuns e ganhei vários prêmios, inclusive no exterior. Existe uma influência, claro, já que acho o Djavan um dos melhores músicos do planeta, assim como o Caetano, mas meu público é diferente do público do Djavan.

Você já está preparando algum projeto novo?
Estou com algumas ideias, como a de fazer um programa de TV sobre as reuniões de músicos que acontecem na minha casa. Também continuarei com a turnê Trem da Minha Vida que está fazendo muito sucesso.


int(1)

Jorge Vercillo fala do DVD Trem da Minha Vida e revela que vai gravar programa de TV