No intervalo de um ano, o
inglês Jenson Button, da Brawn GP, passou de estar sem emprego na
temporada de 2009 para ser o campeão do Mundial de Pilotos da
Fórmula 1 deste ano, título que conquistou hoje com a quinta
colocação no Grande Prêmio do Brasil, disputado em São Paulo.
Button já chegou a ser considerado um “playboy” com pouca
capacidade de dirigir um Fórmula 1, algo que sempre renegou, mas
hoje é respeito e, neste ano, ofuscou seu compatriota Lewis
Hamilton, da McLaren, campeão em 2008 e eterno queridinho da torcida
inglesa.
Nascido na cidade inglesa de Frome, no condado de Somerset, em 19
de janeiro de 1980, Jenson Alexander Lyons Button é filho de John
Button, ex-piloto de rallycross, e Simone Lyons.
Aos oito anos, o novo campeão do mundo começou sua carreira no
kart e, após passagens bem-sucedidas por monopostos em categorias de
base, chegou à Fórmula 1 aos 20 anos, no ano 2000, a bordo de uma
Williams.
Button estreou no GP da Austrália daquele ano e tinha como
companheiro de escuderia o alemão Ralf Schumacher. Apesar da enorme
pressão que sofreu, o inglês terminou a temporada em oitavo lugar,
com 12 pontos.
Na temporada seguinte, em 2001, ainda com contrato com Frank
Williams, Button correu pela Benetton – atual Renault -, onde
começou sua relação com o italiano Flavio Briatore. Marcou apenas
dois pontos.
No ano seguinte, a escuderia mudou de nome e Button foi melhor,
terminando o Mundial de Pilotos na sétima colocação com 14 pontos.
Em 2003, o inglês seguiu para a BAR – depois Honda e, finalmente,
Brawn GP – e teve como melhor resultado no ano um quarto lugar no GP
do Japão. Terminou a temporada em nono lugar, com 17 pontos.
Foi em 2004 que Button começou a mostrar de fato a que veio.
Conquistou sua primeira pole position na Fórmula 1 no GP de San
Marino daquele ano e contribuiu decisivamente para que a BAR
terminasse o Mundial de Construtores no segundo lugar, superada
apenas pela Ferrari de Michael Schumacher e Rubens Barrichello.
Button fez uma ótima temporada em 2004 e terminou o campeonato na
terceira colocação do Mundial de Pilotos, com dez pódios e 85
pontos, atrás apenas da dupla ferrarista.
Já perto de começar a temporada de 2005, o inglês passou por maus
bocados devido a um pré-contrato que tinha assinado com a Williams,
que entrou em uma batalha judicial contra a BAR para ter o piloto.
No final, Frank Williams perdeu a disputa e Button acabou ficando
onde estava.
O ano de 2005 começou mal para o campeão de 2009. Button não
pontuou nas três primeiras corridas e, para piorar, a BAR foi
excluída dos GPs de Mônaco e Espanha por irregularidades cometidas
na prova de San Marino.
Apesar de tudo, Button se recuperou na segunda metade da
temporada e pontuou em todas as provas do ano a partir do GP da
França. Terminou o ano em nono lugar no Mundial de Pilotos, com dois
pódios e 37 pontos.
A disputa entre BAR e Williams continuou ao final da temporada.
Desta vez, Button teve que pagar a Frank Williams uma indenização
alta para poder continuar na escuderia em que estava, que mudou de
nome para Honda em 2006.
E foi neste ano que o inglês chegou à sua primeira vitória na
Fórmula 1, no GP da Hungria, depois de 114 corridas disputadas na
categoria máxima do automobilismo. Ele foi o sexto colocado no
Mundial de Pilotos, com 56 pontos, três pódios e uma pole position.
Também foi em 2006 que Button passou a ser companheiro de
escuderia de Rubens Barrichello, seu maior adversário na luta pelo
título deste ano.
A temporada de 2007 foi completamente decepcionante para os dois
pilotos da então Honda. Com um carro com erros de projeto, Button
somou apenas seis pontos e Barrichello, nenhum.
No ano seguinte, ainda na Honda e ao lado de Barrichello, mais
dificuldades por causa do carro ruim: fez apenas três pontos, contra
11 do brasileiro, em outra temporada ruim para ambos.
Para piorar, a Honda anunciou que deixaria a Fórmula 1 e Button e
Barrichello terminaram 2008 sem saber o que seria de suas carreiras
no ano seguinte.
Após meses de angústia, Ross Brawn anunciou a compra da escuderia
da montadora japonesa – agora batizada de Brawn GP – e garantiu os
empregos dos dois pilotos.
A nova escuderia fez um excelente trabalho de pré-temporada e
chegou à temporada com um polêmico difusor duplo que foi vital para
que o inglês ganhasse seis das sete primeiras corridas da temporada.
O desempenho da primeira metade do ano foi suficiente para que
Button controlasse sua vantagem sobre Barrichello e faturasse o
título no autódromo de Interlagos, a casa do adversário, faltando
ainda o GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, para o final da
temporada.