O Governo do Japão anunciou nesta terça-feira (9) que não apelará contra a recente decisão do Superior Tribunal de Tóquio que lhe obriga a reconhecer mais vítimas das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, informou a agência Kyodo.
A decisão de não recorrer da decisão de passado 28 de maio, que constituiu a 18ª derrota consecutiva do Estado japonês nos tribunais em casos deste tipo, servirá para facilitar o caminho de uma possível revisão do critério de reconhecimento dos “hibakusha”, como são conhecidas no Japão as vítimas das bombas nucleares.
O julgamento de maio reconheceu 29 dos 30 litigantes como vítimas das bombas, frente aos 21 iniciais.
No entanto, 14 dos litigantes não estavam mais vivos quando a sentença foi publicada.
O alto tribunal de Tóquio considerou ainda que “as regras atuais são inapropriadas para certificar as doenças relacionadas com as bombas atômicas”.
As bombas de Hiroshima e Nagasaki mataram em agosto de 1945 mais de 120 mil no momento do ataque e outros 400 mil nos meses e anos posteriores, devido às seqüelas causadas pelas radiações.
Atualmente, o Japão estuda os casos de possíveis vítimas das bombas atômicas com base em um critério que foi revisado em abril de 2008 para permitir que se reconhecesse um maior número de afetados.
O Japão fornece até 137 mil ienes mensais (1.033 euros) em ajuda médica às vítimas das bombas.