Quando se fala na geração beat, um dos primeiros nomes que vem a cabeça é Jack Kerouac. Autor da chamada bíblia da contracultura, o livro Pé na Estada, (On the Road, no original), o escritor é conhecido por desmistificar o sonho norte-americano em suas obras, pois retrata figuras que estão à margem da sociedade idealizada em que muitos imaginavam viver na década de 50.
Há 40 anos, esse importante representante dos beatniks falecia aos 47 anos devido a uma hemorragia interna causada pelas complicações de uma cirrose – resultado do estilo de vida regado a álcool e muitas festanças. Uma das maneiras que esse grupo de escritores usava para demonstrar suas insatisfações e aliviar tensões era se jogando sem limites em um mundo de drogas e sexo.
Entretanto, mesmo tendo morrido jovem, o legado literário de Kerouac é extenso e variado. Após On The Road, apesar de manter a figura marginalizada no centro de suas narrativas, o autor se dedicou a temas mais otimistas como a espiritualidade. Em seus últimos anos de vida, tomado pelo pessimismo e entregue à bebida, Kerouac lançou obras em que os temas giravam em torno da decadência e autodestruição.
Relembre algumas publicações de Jack Kerouac:
On The Road: Considerada a obra prima de Kerouac, o livro autobiográfico relata as loucuras e aventuras que o escritor viveu ao lado de outros ícones da geração beat, como Allen Ginsberg e William Burroughs. Lançada em 1957, a obra serviu de inspiração para os hippies da década de 60 que, assim como Kerouac, resolveram colocar uma mochila nas costa e viver intensamente viajando pelos Estados Unidos.
Vagabundos Iluminados: Publicado em 1958, esse livro mostra uma faceta mais otimista e espiritualizada do autor. Nele, Kerouac descreve a história de Ray Smith, um escritor que sai vagando pelos Estados Unidos e, em suas viagens, conhece várias pessoas e vive diversas situações voltadas à elevação de seu espírito.
Tristessa: Essa pequena novela de Kerouac retrata a vida de um homem que se apaixona por uma prostituta junkie chamada Tristessa. A história se passa no Novo México e o protagonista Jack (Kerouac?), um poeta norte-americano, descreve a sórdida e complicada vida desta mulher sofrida e viciada em morfina.
Big Sur: Lançado em 1962, o livro é um dos mais sombrios e pessimistas do autor. Assim como grande parte de sua bibliografia, Big Sur também possui caráter autobiográfico e retrata bem a derrocada do escritor, que cada vez mais foi se entregando ao seu maior vício, a bebida.
As outras obras de Kerouac costumam mostrar o narrador em viagens, que representam a busca pelo auto-conhecimento. Entretanto, esse livro mostra a vida de Jack Duluoz, um protagonista estagnado e incapaz de se relacionar com as pessoas.