Lucélia Santos é lembrada até hoje por seu papel na novela Escrava Isaura. Mas a atriz, que é também diretora e produtora, destaca que é muito mais que isso. Para falar sobre sua carreira e seus novos projetos, a atriz concedeu uma entrevista a Marcia Peltier, que vai ao ar nesta terça-feira (24) pelo canal CNT.
“As pessoas sempre se lembram de mim como Isaura. Foi uma história pessoal muito bonita, a novela foi vista por bilhões de pessoas no mundo, mas de lá pra cá ‘a fila andou’ e já fiz muitas outras coisas”, disse Lucélia.
Ela contou que deu uma virada em sua carreira nos anos 80 e encarnou no cinema vários personagens da obra de Nelson Rodrigues: “Só me davam papéis de ‘heroína romântica’, mas fazer filmes baseados em obras do Nelson ajudou a mostrar que eu sou uma atriz e faço qualquer papel”.
Ela fez Bonitinha Mas Ordinária, Albúm de Família e Engraçadinha, pelo qual ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília em 1981.
“O Nelson me ligava durante as gravações dos filmes e me dizia: Lucélia você é atriz, tem que representar, tem que subir no último trampolim e saltar de olhos vendados”, revelou.
Lucélia também se diz uma atriz engajada em causas sociais. Foi amiga e trabalhou com o líder seringueiro Chico Mendes, produziu e dirigiu um documentário sobre a China e outro sobre o Timor Leste. Este último, Timor Lorosae mostra o massacre do povo do Timor pelo exército indonesiano e por milícias pró-Indonésia.
“O Timor é uma pequena ilha de 900 mil habitantes, que foi invadida pela Indonésia e teve 300 mil mortos na guerra. Ou seja, um terço da população do país foi dizimada”, afirmou a atriz.
Lucélia ainda adiantou sobre seus novos projetos: uma série de ficção filmada no Brasil e na China e a peça As Traças da Paixão.
Ela ainda falou sobre a relação com o filho, o também ator Pedro Neschiling: “O Pedro é meu grande companheiro nessa vida”.
O programa vai ao ar nesta terça-feira (24), das 22h50 às 23h45, na Rede CNT.