Os dados divulgados pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) explicam, em parte, a preocupação do governo em taxar o capital externo que entra no país. De acordo com um balanço divulgado pela bolsa paulista, o saldo de investimento estrangeiro no mercado de ações chegou a R$ 5,01 bilhões até segunda-feira (19), o que representa um novo recorde.
Quando se fala em saldo, trata-se da diferença entre todas as operações de compras e de vendas de ações na Bovespa. Somente no acumulado do ano, essa diferença é positiva em R$ 23 bilhões. Para se ter uma ideia, em 2008 o mercado acionário do país perdeu R$ 24,62 bilhões de recursos externos por conta da crise.
A data do último levantamento da Bovespa é justamente o último dia antes de passar a valer a taxa de 2% para todo o investimento que vier para aplicações no Brasil, já que ficaram fora os investimentos diretos. No pregão de segunda-feira, a bolsa fechou aos 67.239 pontos, o que representa alta de 9,3% no mês e de 79% no ano.
Contribuíram para a uma alta acentuada no mercado brasileiro em outubro bons resultados dos balanços de empresas americanas. O bom momento por lá estimula um aumento do preço de produtos como aço e petróleo, que acaba puxando as ações da Vale e da Petrobras, principais ativos da Bovespa.
Até o dia 19 de outubro, os investidores de outros países realizaram compras de R$ 33,591 bilhões, o que representa 18,74% de todo o total comprado no período. Já as vendas ficaram em R$ 28,572 bilhões, ou 15,94% do total.
Paralelamente a isso, os investimentos realizados pelas pessoas físicas na Bovespa tiveram uma nova queda, ficando com saldo negativo de R$ 2,27 bilhões.