A venda de CDs e DVDs piratas nos camelôs está em queda. Mas o resultado não deve a uma maior consciência da população ou mais rigor das autoridades no combate a essa prática. O que tem mudado o cenário é o maior acesso à internet, com os próprios clientes buscando esse conteúdo em sites espalhados pela rede.
De acordo com reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, os consumidores preferem buscar seus arquivos de música diretamente na internet para passar diretamente para os aparelhos de MP3, pulando e etapa de gravar ou comprar um CD.
A publicação ouviu vendedores da região central de São Paulo que confirmam essa nova realidade. Agora, os camelôs conseguem vender mais jogos, softwares e vídeos. Com a expansão da banda larga, os camelôs sabem que a tendência é que os clientes passem a buscar esses produtos também na internet.
A reportagem teve dificuldades para encontrar nas ruas da cidade quem vendesse CDs de música gravadas em formato original para a reprodução em aparelhos comuns. O que mais foi encontrado foram discos com arquivos em MP3 divididos por estilo musical.
Essa mudança também foi sentida pela Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM), que informa que houve uma redução de apreensão de CDs gravados de 74% no país desde 2006.
A concorrência entre os piratas da internet e das ruas é menor quando se fala em filmes, jogos e programas de computador, já que a banda larga ainda não é tão comum no Brasil. Com isso, o tempo para download na internet é muito maior.