O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje (28) os primeiros dados sobre a regeneração de áreas de florestas desmatadas na Amazônia. O levantamento preliminar do Inpe feito para o Amapá, Pará e Mato Grosso mostra que, em média, 20% da floresta derrubada está conseguindo se recompor.
Para o cálculo da área em regeneração, o Inpe considerou as áreas em que a floresta conseguiu crescer o suficiente para que os satélites identificassem a cobertura vegetal. O levantamento utilizou as imagens de 2007. No Pará, dos 233.399 quilômetros quadrados (Km²) derrubados, cerca de 50 mil km² estavam em processo de regeneração, 22% do total.
No Amapá, o Inpe registrou um percentual de regeneração de 25%, com 619,7 km² de área em recuperação dos 2,4 mil km² desmatados no estado. Em Mato Grosso, do total de 201.798 km² desflorestados, 22,1 km² estão se regenerando, o equivalente a 11%.
Os dados mostram que o uso da terra é mais intenso em Mato Grosso, onde a floresta foi substituída por culturas agrícolas principalmente a de soja que no Pará, onde o desmatamento abre pastos para a pecuária, e as áreas de pastagem são abandonadas após alguns anos.
De acordo com o Inpe, o acompanhamento da recuperação da floresta vai permitir avaliar o tempo de vida da chamada vegetação secundária e monitorar o quanto de carbono as novas árvores absorvem.
Os números foram apresentados durante a inauguração do Centro Regional da Amazônia, nova unidade do Inpe, em Belém (PA). A ideia é que o centro gradativamente passe a concentrar o monitoramento e as pesquisas sobre a Amazônia feitas pelo instituto.