Representantes de países industrializados e emergentes aproximaram na terça-feira (23), em encontro no México, suas posturas na luta contra a mudança climática, e concordaram em que é preciso enviar uma “mensagem política forte” através do Grupo dos Oito (G8, que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo e a Rússia) sobre esse assunto.
No documento final da reunião foram abordados assuntos como a redução das emissões, a adaptação aos efeitos da mudança climática, o financiamento de mecanismos eficientes na luta contra a deterioração ambiental e a transferência de tecnologias.
No texto, os participantes coincidiram na necessidade de buscar um “objetivo no longo prazo (de redução de emissões) para 2050 no contexto de cada país desenvolvido”, e de impulsionar “ações fortes no médio prazo para os países em desenvolvimento”.
A questão é central para a reunião das Nações Unidas sobre a mudança climática que será realizada em dezembro em Copenhague, onde se pretende articular um mecanismo que aprofunde o Protocolo de Kioto, que incluía apenas o compromisso de reduzir emissões entre os industrializados.
Os participantes da reunião reconheceram “a necessidade de fortalecer o apoio aos países em desenvolvimento”, especialmente para os da África.
Sobre o desenvolvimento de novas tecnologias, os países reconheceram a importância dos industrializados no campo da inovação energética na busca por energias limpas.
“Os países pediram mais discussão para eliminar barreiras, estabelecer incentivos, compartilhar boas práticas e transferir tecnologias, assim como para aumentar substancialmente o investimento público em pesquisa e desenvolvimento dessas tecnologias”, acrescenta o documento.
G8 X G5
Ao término da reunião, o enviado especial da Casa Branca para a Mudança Climática, Todd Stern, disse que as divergências continuavam nas posições dos países do G8 e do G5 (Brasil, China, Índia, África do Sul e México), mas afirmou que aconteceu um progresso sobre o assunto.
“Acho que no que diz respeito ao combate das emissões há diferenças significativas, mas as discussões continuam sendo boas”, acrescentou.
No entanto, o funcionário americano não quis, assim como outros presentes no encontro, citar concretamente as diferenças entre determinados países, porque houve um acordo de confidencialidade para não comentar os detalhes das discussões a portas fechadas.
Stern admitiu que não havia “um acordo final”, mas disse que foram registrados “alguns progressos” que estes dois grupos de países continuarão explorando.
Para o enviado americano, a reunião foi um “encontro bom e construtivo” que abre amplas possibilidades em assuntos diversos ligados à mudança climática.
Participaram do encontro ministros e funcionários de alto escalão de Brasil, Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, República Tcheca, Suécia, África do Sul e da Comissão Europeia, assim como de Espanha e Noruega como países observadores.