Uma das principais formas de saber se a economia brasileira está em crescimento ou não é olhar para os dados de consumo de energia. Com esses números, por exemplo, dá para se ter uma idéia de como a indústria está se comportando durante a crise e até mesmo ter uma idéia de quais setores estão em recuperação.
Em maio, o consumo da energia elétrica no país teve uma redução de 4,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado e ficou em 31.209 GWh (gigawatts/hora). Os dados constam da pesquisa mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O estudo reúne as principais concessionárias de distribuição país. Foi a sexta vez consecutiva que uma queda foi registrada pelo levantamento.
Levando com consideração com cinco primeiros meses de 2009, há uma queda de 2,7% no consumo acumulado de energia elétrica. Mas, se levar em consideração os números dos últimos 12 meses, existe um aumento de 1,2%.
Pela pesquisa da EPE, fica claro que o setor que mais contribuiu para essa queda anual foi a indústria. A pesquisa aponta uma queda no consumo setorial de 12,4% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2008. Por outro lado, houve aumento de 3,6% nas residências e de 2,9% no comércio, na mesma base de comparação.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, está claro o impacto da crise financeira internacional na atividade industrial. A demanda da indústria pela energia elétrica, que foi de 15.087 GWh em maio de 2008, atingiu em maio deste ano apenas 13.221 GWh. Para a EPE, o setor comercial e as residências evitaram um resultado ainda pior.
A pesquisa aponta também que com a redução de impostos sobre eletrodomésticos e outras medidas para enfrentar a crise contribuíram para que as residências mantivessem a expansão do consumo de energia. Até maio, consumo residencial ainda sustenta evolução de 6% e o setor comercial e de 5,5% no setor de serviços.
Apesar de negativos, o consumo industrial mostra alguns sinais de recuperação. Desde o início do ano, apesar de negativas, os números registrados pela pesquisa apontam para uma melhora desde janeiro.