A Cúpula dos Povos Indígenas sobre a Mudança Climática termina nesta sexta-feira (24/03) com uma declaração que exigirá à comunidade internacional a integração dos indígenas nas negociações para a luta contra o aquecimento global. O encontro acontece em Anchorage, nos Estados Unidos.
A declaração foi acertada pelos quase 500 delegados que assistiram à cúpula e será entregue aos Governos que vão participar, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca), das negociações para redigir um acordo que siga o Protocolo de Kioto.
Nos cinco dias de reuniões, os delegados (que representam os cerca de 350 milhões de pessoas consideradas indígenas em 70 países de todo o mundo) expressaram sua convicção de que as tradições dos povos aborígines podem ajudar a reduzir os efeitos da mudança climática.
O presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel d’Decoto, afirmou na sessão da quinta-feira que “a mudança climática ameaça e põe em risco a sobrevivência das comunidades indígenas de todo o mundo, apesar de serem as que menos contribuíram para as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa”.
D’Decoto acrescentou que os povos indígenas devem “participar, implementar, vigiar e avaliar em todos os níveis as políticas de mudança climática e seus programas”.
A cúpula também recebeu relatórios sobre os problemas causados pela mudança climática que castigam diferentes comunidades indígenas em locais distantes uns dos outros como Bornéu, Quênia, Nepal ou México.
Segundo um dos estudos, os indígenas mais ameaçados pela mudança climática são os que vivem no Amazonas, nas regiões árticas, no Caribe, no sul do Chile e Argentina, nas ilhas do Pacífico, no litoral asiático e os aborígines australianos.