Depois que o presidente Lula, sua candidata para as eleições do ano que vem, Dilma Roussef, e o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc subiram no palanque no começo de novembro para comemorar o menor índice de desmatamento anual da Amazônia desde 1988, quando a medição começou a ser feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o governo tem que encarar novos dados não tão promissores.

O anúncio de que a Amazônia perdeu 7 mil quilômetros quadrados (km²) de floresta entre agosto de 2008 e julho de 2009, a menor taxa desde 1988, agora é confrontado com os dados divulgados pelo organização Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que registrou 194 km² desmatados em outubro, um aumento de consideráveis 90% em relação ao mesmo mês do ano passado. A estimativa do Imazon é feita paralelamente aos números oficiais, calculados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que ainda não divulgou os dados de outubro.

No entanto, o ministro Carlos Minc, em nota divulgada pela internet, contesta os números da Imazon. Diz que os dados preliminares fornecidos pelo Inpe sinalizam para a continuidade da queda no desmatamento. Minc também está seguro de que a taxa anual de desmatamento, no período de agosto deste ano até julho do ano que vem, será ainda menor.

Para o coordenador de pesquisa do Imazon, Adalberto Veríssimo, os dados apresentados pelo instituto são bastante sólidos. “Não há como manipular os números, apenas analisamos o que os satélites nos fornecem”, explicou. Para o coordenador, é importante analisar os dados entre agosto e outubro e, segundo ele, o desmatamento aumentou 30% em relação ao mesmo período do ano passado, o que demonstra a tendência de alta.

Em relação à declaração de Minc, que contestou os números do Imazon, Veríssimo disse: “O ministro ainda não apresentou os dados oficiais, temos que esperar, mas não costuma haver muita diferença entre o que nós apresentamos e os números do governo”, afirmou Veríssimo. “No geral, o Brasil diminui o desmatamento até agora mas, como os dados de outubro demonstram, não podemos achar que o problema está controlado” completou.


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Imazon mostra aumento de 90% no desmatamento da Amazônia em outubro