O novo chanceler de Honduras, Enrique Ortez, advertiu neste domingo que não se permitirá a entrada do avião no qual o deposto presidente, Manuel Zelaya, pretende retornar ao país.

“Com o apoio do presidente da República e das Forças Armadas, como chanceler, dei instruções para que não deixem entrar o avião”, disse Ortez à imprensa.

A Direção de Aeronáutica e outras autoridades “têm instruções de não deixar entrar o avião, venha quem vier” nele, proibição válida para todos os aeroportos nacionais e internacionais do país, afirmou.

“Estamos notificando o mundo para que não vá morrer um presidente da República ou que vá morrer um hondurenho simplesmente pelo capricho de uma organização”, ressaltou Ortez, ao lembrar que “há ordem de captura” contra Zelaya.

Uma razão do impedimento é “a prudência, porque não podemos correr o risco de que comece a correr sangue” se as autoridades tentam deter o deposto governante, disse.

“Não devemos correr o risco entre capturar o presidente e criar um escândalo”, disse.

A Polícia hondurenha fechou hoje os acessos ao aeroporto internacional Toncontín de Tegucigalpa, onde, no sábado, estiveram milhares de simpatizantes de Zelaya em um “ato simbólico” para ensaiar a recepção ao deposto presidente, e preveem esperá-lo este domingo.

Zelaya reiterou, em Washington, que pretende retornar hoje a Honduras, depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) suspendeu este país como membro do Sistema Interamericano, por não restituir o governante na Presidência.

Este domingo, completa-se uma semana da derrubada de Zelaya pelos militares e sua expulsão à Costa Rica, após o qual o Parlamento elegeu como presidente do país Roberto Micheletti, até então chefe do Parlamento e terceiro na linha de sucessão constitucional (o vice-presidente renunciou em 2008).

Segundo o novo Governo, Zelaya é objeto de uma ordem de captura sob a acusação de crimes em relação a uma consulta que pretendia realizar no domingo anterior com a intenção de instalar uma Assembleia Nacional Constituinte, que tinha sido declarada ilegal por diversos órgãos do Estado.

O Governo de Micheletti, a Igreja Católica e outros setores pediram a Zelaya que desista de voltar ao país, para evitar um derramamento de sangue.


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Honduras não permitirá entrada de avião de Zelaya

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