O piloto do helicóptero alvejado por traficantes no morro São João, zona norte do Rio, capitão Marcelo Vaz, falou pela primeira vez à imprensa na manhã desta sexta-feira (23). A entrevista foi feita pouco antes da missa de sétimo dia realizada para homenagear os três policiais que morreram por causa do acidente. O piloto contou que do momento em que o helicóptero foi atingido pelos disparos até o pouso forçado passaram-se menos de 90 segundos.

“O painel ainda não havia indicado que o avião havia sido atingido, mas eu escutei gritos de que havia fogo e de que havíamos sido alvejados. Eu procurei abstrair, pois a primeira coisa que pensei era que tinha que pousar a aeronave num local seguro”.

O capitão afirmou que a aeronave não bateu nem explodiu. “Se tivéssemos batido, eu estaria com fraturas e ninguém teria conseguido sair da aeronave, mas era muito fogo, e isso consumiu o aparelho”.

O piloto disse que se desculpou com os familiares dos policiais mortos já que os militares faziam parte de sua equipe e estavam sob seu comando. Após o pouso, Vaz disse que continuou a ouvir disparos dos bandidos na direção do helicóptero.

Hoje, o piloto, que teve a mão queimada, voou de helicóptero pela primeira vez desde o incidente e disse que sentiu um certo desconforto, porém nada que o impeça de seguir exercendo a profissão de piloto da Polícia Militar. “Estou bem física e psicologicamente, apesar de estar tendo que ter entrevistas com a psicóloga do grupamento”, contou.

Perguntado a respeito da segurança para o trabalho dos militares, Vaz apenas respondeu que a Polícia Militar está replanejando sua metodologia e outras estratégias para reforçar a segurança dos policiais e atender os requisitos da atividade.


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Helicóptero abatido no RJ caiu em 90 segundos, conta piloto