Os habitantes de Porto Príncipe, capital do Haiti, estão focados na busca de sobreviventes do terremoto que arrasou na terça-feira (12) o país, enquanto a comunidade internacional se mobiliza para ajudar as centenas de milhares de vítimas.

Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, aproximadamente três milhões de haitianos, um terço da população do país mais pobre das Américas, foram afetados pelo sismo de 7 graus na escala Richter.

O terremoto e as três réplicas que vieram a seguir transformaram as ruas da capital em um local de concentração de milhares de pessoas, algumas que temem retornar às suas casas e outras que não têm mais teto.

Há corpos espalhados pelo chão em todas as partes da cidade, outros são transferidos por grupos de pessoas e muitos mais estão debaixo dos escombros dos vários edifícios derrubados ou danificados pelos abalos.

Não há números oficiais de mortos, mas já se fala de “centenas de milhares”, como disse na quarta-feira (13) o primeiro-ministro haitiano, Jean Max Bellerive.

Por enquanto, pôde ser confirmado que o número de membros da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) falecidos no terremoto chega a 16 e que há cerca de 150 funcionários desaparecidos, indicou Ban.

O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 11 militares do país que participam da Minustah morreram em consequência do terremoto. Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.

Ajuda governamental

Em meio ao caos, as primeiras ajudas começaram a chegar, segundo o embaixador do Haiti na Organização dos Estados Americanos (OEA), Duly Brutus, que assinalou: “Nunca nosso país nunca necessitou tanto da ajuda da comunidade internacional”.

Embora a torre de controle do aeroporto da capital tenha sido destruída, o terminal segue funcionando, embora trabalhando com capacidade mínima, confirmou hoje o maior representante da ONU.

O Haiti tem “o apoio total dos Estados Unidos”, que responderá “de forma rápida, coordenada e enérgica” à catástrofe, prometeu o presidente Barack Obama.

A primeira equipe com 72 especialistas em busca de sobreviventes e a primeira embarcação da guarda-costeira dos EUA chegaram na quarta-feira ao Haiti para prestar socorro à população. Washington prevê que outras três unidades cheguem ao Haiti entre quarta e quinta-feira (14).

O Brasil e o restante da América Latina também responderam com rapidez, e países como República Dominicana, Venezuela, Chile, Cuba, Equador, Colômbia, Argentina, Peru, México, Guatemala, Panamá e Nicarágua, entre outros, já se mobilizaram.

A contribuição brasileira, no primeiro momento, será de US$ 10 milhões e 14 toneladas de alimentos.

A Espanha, que coordena a ajuda humanitária europeia para o Haiti, fretará três aviões para ajuda de emergência. Além disso, a Comissão Europeia anunciou o desbloqueio de três milhões de euros de ajuda de urgência.

A ONU, enquanto isso, anunciou a mobilização de suas equipes de emergência para que ajudem a coordenar a chegada de assistência humanitária e autorizou uma verba de US$ 10 milhões.

Enquanto os trabalhos de resgate e ajuda continuam, outra grande prioridade é a segurança nas ruas, onde foram vistas cenas de saques em estabelecimentos comerciais, como reportou a “Rádio Metropole”, de Porto Príncipe.

Por isso, a Minustah mobilizou seus 3.000 militares e policiais na capital para que protejam os pontos mais importantes, como o aeroporto, e mantenham a ordem.


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Haiti procura sobreviventes do terremoto; Ajuda humanitária começa a chegar