O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que considera dentro dos padrões de normalidade o índice de abstenção de 37,7% na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizada no último final de semana, já que houve um longo período entre a data de inscrição e a aplicação da prova. O percentual foi considerado recorde.
De tudo que ouvi de especialistas da área, da Cesgranrio, do Cespe [instituições que organizam concursos públicos], é natural um aumento da abstenção quando o exame se realiza muito depois da inscrição, disse o ministro. Por causa do furto de provas do exame, o período entre a inscrição e a aplicação da prova foi de quase cinco meses.
Segundo Haddad, o grande número de estudantes que não fizeram a prova no estado de São Paulo (46,9%) contribuiu para elevar o índice nacional de abstenção. Se excluirmos o estado de São Paulo, onde o impacto do adiamento foi mais forte, nos demais estados, a abstenção ficou em torno de 33%, 34%, que é a média de concursos públicos.
O ministro citou o Enem de 2004, quando o índice de abstenção foi de 32%, e observou: Então, [a abstenção de 37,7%] não estaria muito fora da série histórica.
Haddad comentou também a divulgação do gabarito do Enem com erro, afirmando que se tratou de um erro de processamento, identificado e corrigido a tempo de não provocar problemas.
Perguntado se haverá renovação no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Eduacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, o ministro respondeu apenas que vai aguardar o final das investigações sobre o furto da prova. Ele informou que tomará as providências necessárias quando receber o inquérito policial e o resultado da auditoria.
Haddad disse que o Inep está “abalado” pela ocorrência do furto e que é preciso recuperar a autoestima dos servidores.