O programador Vinícius Camacho, conhecido no ciberespaço como KMax, foi indiciado na noite de ontem (19) pela Polícia Civil de São Paulo por roubo e divulgação indevida de informações.
De acordo com o delegado assistente da 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos, José Mariano de Araújo Filho, o hacker invadiu um banco de dados da Telefônica e no o mês de julho divulgou as informações coletadas no sistema.
O garoto foi detido por uma equipe do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (DEIC), munidos de um mandato de busca e apreensão. No momento em que foi abordado, Vinícius confessou a invasão e a falta de flagrante o livrou da prisão, como explicou o delegado.
Policiais também apreenderam na casa do hacker computadores e outros equipamentos, que passarão por um processo de perícia. O objetivo é coletar provas contra o programador, diz Mariano.
O sistema de busca montado por Vinícius com as informações de clientes do serviço Speedy, da Telefônica, foi consultado pelo jornal O Estado de São Paulo no começo de julho, que confirmou a veracidade dos dados pessoais de alguns assinantes.
Em entrevista ao jornal, Vinícius afirmou que acessou o banco de dados como forma de provar uma falha grave no site da operadora. A Telefônica não foi avisada pelo programador antes da criação do site independente com as informações pessoais.
Segundo o delegado, Vinícius foi indiciado pelo crime de divulgação de segredo, que consta no artigo 153 do Código Penal. Caso seja considerado culpado, pode ser condenado de um a quatro anos de detenção e pagamento de multa.
O programador pode ser ainda indiciado pelo roubo de comunidades no Orkut promovido no começo de 2005. Comunidades como Eu amo chocolate!, Só mais 5 minutinhos… e The SimpsonsBrasil foram assumidos por um usuário fictício que incentivava o uso do navegador Firefox, da Mozilla.
De acordo com o delegado, caso a perícia encontre provas materiais da participação de Vinícius no roubo de comunidades, o programador pode ser alvo de um novo indiciamento.
O programador também chamou atenção durante a primeira edição da Campus Party, quando, com um laptop, reprogramou um roteador usado no evento para proibir o acesso de alguns campuseiros a serviços do Google, como busca e YouTube.