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Na madrugada de 26 de abril de 1983, pouco depois da 1h00, pesquisadores soviéticos resolveram fazer alguns testes no reator nucleal de número 4, na Usina de Chernobyl isso é o que conta uma das versões da catástrofe. Para não haver interrupções na energia, foi desligado o sistema de segurança. Trinta segundos depois, um aumento inesperado na energia desencadeou toda a tragédia, apesar das tentativas dos funcionários de normalizar a situação. Outro relato dá conta de que houve um pequeno abalo sísmico naquela área no mesmo horário em que começariam os testes. Minutos depois, ocorreu uma explosão de vapor de proporções catastróficas, que nos meses seguintes resultou em vários focos de explosões e incêndios e causou um derretimento nuclear. Toneladas de material radioativo foram despejadas no ar, na terra e espalhadas pelas chuvas. Grandes áreas da Ucrânia, Rússia e Bielorússia tiveram de ser evacuadas, o que atingiu mais de 250 mil pessoas. A nuvem de radioatividade atingiu boa parte da União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido.
Dificilmente será possível ainda se obter detalhes do que realmente aconteceu naquela noite, já que boa parte dos envolvidos morreu e, na época, as autoridades soviéticas tentaram ao máximo acobertar o ocorrido, que só foi divulgado oficialmente semanas depois, com números de mortos e estatísticas totalmente inconsistentes. O que se sabe é que, de acordo com cientistas britânicos, ainda hoje o solo da União Européia apresenta sinais de contaminação remanescentes do acidente, e ainda há mortes por câncer e outras doenças provocadas pela radiação. O reator foi coberto por uma camada de concreto, chamada de sarcófago, e em 2000 toda a Usina de Chernobyl foi finalmente desativada.
Um relatório do Greenpeace estima que quase 100 mil pessoas foram ou serão vítimas de câncer provocado pela radiação de Chernobyl e, se levados em consideração outros problemas genéticos e doenças resultantes da contaminação, o número sobe a 200 mil. O que mais impressiona, até hoje, são as imagens de bebês nascidos com deformações genéticas provocadas pelos efeitos da radiação. São vítimas inocentes e tardias, protagonistas de um show de horror que nenhum diretor de Hollywood poderia inventar, nem se tentasse.
Além da lição de que com plutônio, definitivamente, não se brinca, ficou um único resultado positivo de toda a tragédia. As cidades no entorno de Chernobyl foram abandonadas e hoje são habitadas por uma população de animais selvagens que há muito tempo não habitavam a região, como ursos, alces e corujas gigantes. É um cenário que lembra o do filme Eu sou a lenda, com Will Smith. Muitos animais morreram na época do acidente, porém voltaram a se reproduzir e, apesar da existência de radioatividade, eles são saudáveis. Com isso, grandes áreas da região se transformaram em verdadeiros santuários ecológicos.