Nesta quarta-feira, 20 de janeiro, começa a pré-venda de ingressos para o show que os americanos do Guns N’ Roses fazem em São Paulo no dia 13 de março, no Estádio Palestra Itália, zona oeste da cidade.
Os clientes dos cartões de crédito Credicard, Citibank e Diners já podem garantir suas entradas para a apresentação, sem enfrentar filas e com mais comodidade em relação àqueles que terão que suar a camisa para comprar seus tickets em condições “normais” – fato, aliás, comum a quase todo grande show realizado no Brasil.
Embora muita gente esteja louca para ver o show do grupo comandado por Axl Rose, um dos últimos grandes rockstars à moda antiga, nem todo fã vai correr rumo às bilheterias em busca de um ingresso. Há quem, por exemplo, se recuse a pagar os preços do show trazido ao País pela produtora Time For Fun.
O webdesigner Fernando Kawasaki, de São Paulo, conta que já foi muito fã do grupo de Los
Angeles, mas desencanou de ir ao show ao saber dos valores do
ingressos. E, mesmo com vontade de saber o que a banda fará em
São Paulo, não pretende chegar nem perto do Parque Antártica.
“Esse
é o grande X da questão. Apesar de toda a curiosidade, acredito que a
legião de fãs incondicionais do Guns dos anos 90 é o que realmente
faz que a organização defina este tipo de preço. É esta mesma
turma que lotará as bilheterias”, explica Fernando. “Por isso, se houvesse a
possibilidade de assistir a um live streaming, pra mim, já estaria
ótimo.”
O vendedor paulista Marcos Rosa, maníaco pela banda desde 1990, também não vai ao show. No caso dele, além do preço alto dos ingressos, o problema está na atual formação da banda.
“Não dá pra acreditar nessas coisas. Vi o Guns N’ Roses no Rock in Rio 3 e senti um vazio enorme depois daquele show. Apesar de gostar muito do Buckethead (ex-guitarrista), não reconheci minha banda favorita naquele palco”, comentou ele. “Não vou jogar meu dinheiro fora pra ver esse tal de DJ Ashba (novo integrante), ou seja lá qual é o nome dele”,.
Dane-se, eu vou!
Ainda que os ingressos estejam a preços absurdos, a grande maioria dos fãs do Guns N’Roses não vai ficar de fora do evento, o que promete aumentar a concorrência pelos ingressos. A publicitária Ana Clara Sales, por exemplo, vai garantir sua entrada na tarde de quarta-feira.
“Olha, na verdade, eu vou pelo Axl. Tudo bem, o cara tá gordo, feio, deu mancada com os outros caras da banda, enrolou pra lançar o CD… Mas é como já falei pra muita gente: eu nasci e vou morrer sendo fã da banda”, comenta animada. “É uma oportunidade única de ver o cantor verdadeiro do Guns cantar coisas como Sweet Child o’ Mine e November Rain.”
Quem concorda com ela é o também publicitário Eduardo Guilherme de Almeida, que comparou os valores simbólicos da apresentação que a banda fez no Rio de Janeiro em 2001 com os shows do mês de março.
“Vou por causa do Axl. Pra mim, vou é ver um show solo dele, não da pra chamar isso de Guns N’ Roses. Mas, pra vê-lo berrar, vale sim”, explicou ele, que também reclamou do preço das entradas. “Como sou fanático pelo cara, acabo não medindo muito isso, mas é claro que está um absurdo. Lembro que, no Rock in Rio 3, ver o Axl custou R$ 35.”
Almeida também comentou uma dúvida que paira sobre a cabeça de todos aqueles que gostam muito da formação clássica da banda, ou seja, com os guitarristas Slash e Izzy Stradlin, o baixista Duff McKagan e o baterista Steven Adler: o que vale mais, um show do Velvet Revolver (grupo hoje em hibernação e que reúne Slash, McKagan e o substituto de Adler no Guns, Matt Sorum) ou dessa formação liderada por Axl?
“Muito interessante essa pergunta. Acho que o Velvet é mais honesto porque virou outra banda. Mas eu não suporto o ex-vocalista (Scott Weiland, do Stone Temple Pilots). Acho que não tem nada a ver com os caras. Então eu fico com o Axl, mesmo que ele desonre o nome do Guns”, comenta, finalizando com uma risada.