O primeiro dia das eleições indianas, nesta quinta (16), foi abalado hoje pelos ataques da guerrilha maoísta contra as forças de segurança e funcionários eleitorais. Os ataques deixaram 19 mortos em vários pontos do país.
Chamada de a maior democracia do mundo, com 714 milhões de eleitores, a participação de eleitores inscritos deste ano ficou próxima aos 60%.
Hoje, na maioria dos 15 estados e dois territórios da Índia, em que ocorreu a primeira fase do longo processo eleitoral – que dura cerca de um mês -, foram convocados 143,1 milhões de eleitores às urnas.
A guerrilha maoísta chegou a ameaçar “cortar as mãos” dos cidadãos que fossem votar, protagonizou dois atentados, além de tiroteios com agentes e ataques a colégios eleitorais no chamado “cinturão vermelho” – uma faixa de território no centro e no leste da Índia, onde os rebeldes têm forte presença.
“Em linhas gerais, as eleições foram pacíficas”, declarou à imprensa um subcomissário da Comissão Eleitoral indiana, R. Balakrishnan, que, no entanto, admitiu as mortes de 19 pessoas em diferentes ações da guerrilha maoísta.
Entretanto, para Ashwini Kumar, um porta-voz do governante Partido do Congresso disse à agência Ians: “A violência maoísta é um sério desafio para o país. Hoje, os rebeldes já incendiaram máquinas de voto eletrônico e veículos nesta região, mas não houve registros de vítimas.
“O problema maoísta se estendeu nos últimos cinco anos (de Governo do Partido do Congresso) para áreas que antes estavam fora do alcance do movimento”, protestou Sindhart Nath Singh, porta-voz da legenda opositora Bharatiya Janata Party (BJP).
A Índia ainda tem pela frente mais quatro dias de eleições, o último deles em 13 de maio, durante os quais o restante dos 714 milhões de cidadãos convocados às urnas vão decidir sobre o futuro do Governo de seu país.
MAOÍSTAS X INDIANOS
Desde que protagonizou uma revolta contra as forças de segurança na aldeia bengali de Naxalbari em 1967, a guerrilha maoísta tentou enfraquecer a democracia indiana usando de boicotes eleitorais e ataques constantes contra as forças da ordem.
Eles lutam por uma revolução agrária de cunho comunista e controlam várias áreas pobres do centro e do leste, onde têm campos de treinamento e buscam o apoio dos camponeses.
ELEIÇÕES INDIANAS
Nos últimos anos, os diferentes níveis de desenvolvimento de cada estado e as diferentes tensões étnicas e religiosas que cada região enfrenta contribuíram para fragmentar ainda mais a política nacional indiana.
Por causa da imensidão da população, não há uma eleição e sim um período eleitoral. Durante os dias 16 de abril e 13 de maio ocorre cinco eleições. A política da Índia, portanto, tende a ser várias eleições regionais que desembocam em Nova Delhi, a capital.