Empresas públicas e privadas, lideradas pela estatal Chesf, ganharam nesta terça-feira (20) a licitação para realizar as obras da hidroelétrica que será construída em plena Amazônia, mesmo com a presença de índios e camponeses na região, além dos constantes protestos dos manifestantes.

Após uma verdadeira batalha de ações judiciais, que paralisaram e autorizaram a licitação em pelo menos três oportunidades, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o resultado, na qual participaram só dois consórcios.

Segundo a Aneel, o grupo liderado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a construtora privada Queiroz Galvão e outras seis empresas, apresentou a melhor oferta, com um preço de 77,973 reais por megawatt-hora, 6,02% menor que o teto estabelecido pela Aneel.

A represa de Belo Monte custará US$ 10,6 trilhões (R$ 18,5 trilhões), gerará em média 4.571 megawatts por hora, e alcançará um teto de 11.233 megawatts nas épocas de cheia do rio Xingu, um dos principais afluentes do Amazonas.

Sua construção obrigará a inundação de cerca de 500 quilômetros de floresta amazônica e o deslocamento de cerca de 50 mil índios e camponeses, o que gerou duras críticas de movimentos sociais, às que se uniram algumas celebridades de Hollywood, como o cineasta canadense James Cameron, diretor de “Avatar”.

Segundo as normas estabelecidas para o leilão, o grupo ganhador contará com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiará até 80% do projeto.

A represa de Belo Monte será, uma vez em operações, a terceira maior hidroelétrica do mundo, atrás da das Três Gargantas (China) e de Itaipu (Brasil e Paraguai).

A previsão do Governo é que a hidroelétrica comece a operar em uma primeira fase em 2015, e que esteja totalmente terminada e funcionando em 2019.


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Grupo público-privado ganha licitação para construir represa na Amazônia