Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica revelaram que Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), trabalhou como o principal operador dos negócios da família. As gravações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo revelaram que um dos alvos preferidos de Fernando é o setor elétrico.

Um dos diálogos mostra Fernando e o irmão Zequinha Sarney (PV-MA) falando sobre um “negócio quente” no Maranhão. Em outras oportunidades, Fernando conversou com Astrogildo Quental, diretor financeiro da Eletrobrás (indicado ao cargo por José Sarney).

Nas conversas com Astrogildo, Fernando fala sobre as indicações para postos na estatal. “Vou ver se eu consigo com o Lobão, em Brasília, semana que vem”, diz ele ao amigo, chamado de Astrinho, sobre um pleito do grupo no Ministério de Minas e Energia, comandado por Edison Lobão, outro indicado de Sarney.

Em outro diálogo, Fernando é contatado pelo ex-senador Maguito Vilela, que na época era vice-presidente do Banco do Brasil. Maguito queria falar pessoalmente com Fernando. “Precisava falar com você na quarta-feira”, diz ele. “Tenho estado muito com seu pai”, observa Maguito.

Fernando também aparece em conversas com Pipoca – assessor de Lobão cuja mulher é dona de empresa de fachada que recebeu parte do dinheiro repassado pela Petrobrás à Fundação José Sarney. Numa das conversas, Pipoca reclama de mal-entendido envolvendo “coisas” que tinham conversado sobre a Eletrobrás. Fernando o consola. “Eu luto pra te botar no melhor dos mundos, Pipoca.”


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Gravação da PF mostra Fernando como operador da família Sarney

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