O Governo da Indonésia confirmou neste sábado (18) que o duplo atentado de sexta-feira contra dois hotéis de luxo de Jacarta, nos quais pelo menos nove pessoas morreram, foi obra de uma facção radical dissidente da Jemaah Islamiya, o braço da Al Qaeda no Sudeste Asiático.

Ansyaad Mbai, encarregado do combate ao terrorismo no Ministério de Segurança, disse que o “modus operandi” dos terroristas suicidas e as bombas usadas indicam que o ataque foi obra do grupo islâmico Tanzim Qaidat al-Jihad, liderado pelo malaio Noordin Mohammed Top, ex-dirigente da Jemaah Islamiya.

“Pela forma como os ataques foram cometidos, está claro que eles estão ligados a Mohammed Top”, afirmou.

Para Mbai, a máxima prioridade agora é deter o terrorista malaio, um especialista em explosivos relacionado aos atentados de Bali de 2002, que mataram 202 pessoas.

“Enquanto ele permanecer em liberdade, nossos esforços (para acabar com o terrorismo) não servirão de nada”, disse o funcionário indonésio à agência oficial de notícias “Antara”.

Analistas acham que Mohammed Top deixou a Jemaah Islamiya por divergências com a cúpula deste grupo, já que defendia a violência frente à difusão teórica do ideário radical.

Segundo os investigadores, o envolvimento do Tanzim Qaidat al-Jihad nos ataques foi evidenciado pelo fato de as duas bombas detonadas terem sido “recheadas” com estilhaços e serem “idênticas” a outras utilizadas anteriormente pela organização.

Investigações

Paralelamente às investigações, os legistas analisam o DNA dos restos mortais dos dois suicidas responsáveis pelas explosões. A identificação deles é considerada fundamental para esclarecer os ataques, cuja autoria ainda não foi reivindicada por nenhum grupo terrorista.

A Polícia também investiga a fundo o quarto 1808 do hotel JW Marriott, onde uma terceira bomba pronta para explodir foi encontrada dentro de um computador portátil, junto com material explosivo, um telefone celular e anotações escritas à mão.

O apartamento foi o “centro de operações” dos ataques, segundo os investigadores, que acham que o massacre foi coordenado do dormitório em que um dos terroristas pernoitou na noite anterior, após registrar-se como “Nurdin” e deixar US$ 1 mil de depósito.

O atentado de ontem de manhã teve como alvos os hotéis Ritz-Carlton e JW Marriott, situados na mesma rua do centro financeiro de Jacarta.

Entre os mortos, segundo o Ministério da Saúde, há quatro estrangeiros – dois australianos, um neozelandês e um cingapuriano. Já entre os mais 50 feridos, há pelo menos dez pessoas de outros países.


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Governo confirma envolvimento de radicais islâmicos em ataques em Jacarta

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