Pelo menos por enquanto, a compra da Sadia pela Perdigão está suspensa. A decisão foi tomada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça, que fechou um acordo entre as partes. Até o julgamento da questão, a Perdigão não poderá exercer controle sobre a Sadia.
Na prática, isso quer dizer que as estruturas administrativas, produtivas e comerciais das empresas serão mantidas íntegras e independentes.
Com isso, o órgão de defesa concorrencial impedirá que as companhias cancelem marcas e alterem relações comerciais com terceiros. Durante este período, a Sadia e a Perdigão não podem também trocar informações comerciais relevantes entre elas.
Apesar da série de restrições, o Cade liberou a Perdigão para fazer a reestruturação financeira da Sadia. Na prática, isso quer dizer que a Perdigão poderá emitir ações em nome da BR Foods, que vai levantar recursos para ajudar na recuperação da Sadia. O nome técnico dado para está ação é Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação (Apro).
Agora, com esse acordo, o Cade tem o objetivo de garantir as atuais condições de mercado sejam mantidas até que seja tomada uma decisão final sobre o negócio, já que, segundo o órgão, a operação poderá resultar em elevadas concentrações, sendo necessário assegurar a plena reversibilidade do ato (a compra da Sadia pela Perdigão), de forma a preservar a eficácia da decisão do Cade quando for realizado o efetivo julgamento.
Na prática, o que será feito é a manutenção das empresas na gestão atual para que, no caso da não aprovação do acordo, a fusão possa ser revertida e as empresas voltem a atuar novamente de forma independentes.
A medida serve para garantir as condições de concorrência no mercado, e com isso, proteger os consumidores, mas sem interferir nos negócios das empresas.