Não sou um cara de celular. Explico: algumas pessoas se identificam pelo carro; outras, pelo relógio; grifes de calça, sapatos. Existem, claro, os que usam o conjunto da obra. Enfim, o que quero dizer é que nunca fui muito ligado a celulares e nunca me interessei muito pelo que vinha no aparelho além do discador. Até encontrar este G1, com sistema operacional Android, parceria da HTC (celular) e Google (plataforma).
Antes, fiz um estágio com um iPhone. Até gostei da experiência, mas tenho plena convicção de que o aparelhinho (nem tão inho assim, vá lá) foi criado numa encruzilhada, em sociedade Jobs e o Tranca-Rua o que mais ouço são histórias ruins, de perda e/ou roubo da criação hype da Apple.
Mas, colocando à prova G1 versus iPhone, o primeiro leva com goleada. E hoje gosto da cara que as pessoas costumam fazer quando veem o aparelho. Algo como: Tá aí um early adopter. Respondo com um sorrisinho à bordão Álvaro Garnero: Este é o meu G1.
Abaixo seguem os cinco aplicativos que elevaram o nível da minha experiência com telefones de bolso:
ShopSavvy: Tenho usado esse aplicativo em demonstrações do aparelho como um tio que some com moedas no movimento de mão e as extrai de volta da orelha ou nariz das crianças. Juro que é legal assim no adults mode on. O aplicativo usa a câmera do celular para reconhecer código de barras de produtos, faz uma pesquisa em comparador de preços online, retorna com todas opções de valores e lojas e, não bastasse, ainda aciona o GPS para mostrar onde você pode encontrá-lo nas redondezas. Juro! Mas, claro, o banco de dados é americano, então os resultados do GPS funcionam se você estiver por lá, e as lojas que mostra são de fora também. Apesar de ser legal saber que dá pra importar aquele CD a um preço mais que camarada pela Amazon, será que algum desenvolvedor não gostaria de adaptá-lo para o Brasil?
Locale: Mais um utilizando o GPS/Google Maps. Você marca determinados locais e o aparelho cria uma bolha para que ajustes pré-determinados passem a funcionar naquela área. Na prática significa que você pode marcar um cinema que vai sempre e, ao chegar perto, ele ativa o vibra call instantaneamente. Ou pode marcar o seu local de trabalho e sua casa e o aparelho desliga o wi-fi e o ringtone do Metallica.
Ringdroid: Sempre fiquei com inveja de pessoas que dominam a arte de edição de músicas no computador em programas como Pro Tools. Este aplicativo cria uma experiência básica de edição que funciona mais para criar ringtones com trechos de musicas, ou pulando a introdução etc. Simples assim, basta ter a música no celular, escolher o momento de início do ringtone e…voilá.
La Tour Eiffel: É uma besteira (que aplicativo não é, afinal?) mas é divertido carrega no aparelho fotos tiradas da torre mais famosa do mundo a cada meia hora e as aplica como wallpaper. Um pedacinho de França 48 vezes ao dia, faça chuva ou sol ou neve (e você fica sabendo disso).
SafetyNet: Outro que combina bem GPS e as funcionalidades do aparelho. Para falar a verdade, eu li tudo sobre o aplicativo, mas meu grau atual de paranóia não obrigou ainda a instalação. Funciona assim: você programa determinada área como zona de risco. Ao passar por ela, o aparelho reconhece e entra em modo de alerta. Se você chacoalhar o celular, ele passa a discar para números de emergência determinados (policia, a casa da sua sogra, sei lá), ativa viva-voz, tira fotos a cada 30 segundos e alerta seus familiares ou amigos sobre a sua localização pelo Google Talk. Quando eu entrar para o grupo de seqüestráveis, provavelmente baixarei. Ou seja, nunca. Mas que é legal, é.
Estes são os aplicativos…uhn… diferentes, ou inusitados, que encontrei e recomendo. Vale lembrar que existem os básicos e que funcionam muito bem, como Facebook, Twidroid (twitter), Weather Channel (previsão do tempo), joguinhos como solitaire (memória) e Tetris (alguém já encontrou um pinball bacana?), Chuck Norris facts e por aí vai.
Tudo de graça – basta procurá-los na função market de seu G1. Quer dizer, tudo embutido numa continha salgada de aparelho, atualmente batendo em uns R$ 1500, R$ 2000 no Brasil, mais o plano ilimitado ou largo de internet.
Pois é, almoço e telefone de graça só na casa da mamãe.