O escritor Paulo Coelho aliou-se a uma grife espanhola para criar uma coleção de camisetas ilustradas com suas frases que serão vendidas a partir deste mês em 68 países a fim de arrecadar dinheiro para a organização beneficente que leva seu nome e auxilia crianças de uma favela na zona sul do Rio de Janeiro.
O Instituto Paulo Coelho, uma instituição sem fins lucrativos cujo financiamento provém exclusivamente dos direitos autorais do escritor, começou em 1996 com o objetivo “de fazer alguma coisa pela humanidade”, explicou hoje o autor na apresentação das camisetas, em Madri.
“Eu sabia que era impossível mudar meu país, Brasil. Era impossível mudar meu Estado, era impossível mudar meu bairro, mas poderia mudar minha rua, no fim da qual há uma favela (o complexo formado pelos morros do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, entre Ipanema e Copacabana)”, disse o escritor.
Assim, o autor de O Alquimista começou ajudando 80 crianças e adolescentes e agora beneficia cerca de 450, dando “comida, amor, educação e a possibilidade de exercer atividades artísticas”, explicou Coelho, cujas obras foram traduzidas do português para outros 66 idiomas.
“Não são meninos de rua; todos têm família, mas entre eles está tanto o filho de quem acorda às 4h para ir trabalhar longe, quanto o do traficante de drogas”, afirmou, dizendo estar convencido que o projeto contribuirá para mudar a vida não só da criança, mas “de toda a sua família”.
O “ideal”, para ele, seria chegar a 800 crianças, objetivo para o qual o ex-letrista de Raul Seixas iniciou este projeto de colaboração com o grife espanhola Mango.
Para isso, colocará 40 mil camisetas à venda em 450 lojas de 68 países, incluído Brasil, com seis frases diferentes do autor, tais como “Nunca abandone seus sonhos; siga os sinais”, “O amor nos dá a força para realizarmos tarefas impossíveis” e “O caminho para a sabedoria é não ter medo de cometer erros”.
As mensagens foram escolhidas entre o autor e a grife a fim de conseguir “impacto com poucas palavras”, explicou Coelho, interessado é divulgar suas ideias em suportes diferentes ao livro.
Isso acontece, segundo ele, porque “a literatura é um reflexo, basicamente, de sua conexão com a vida. Ela se passa aos livros, à internet, às camisetas… A palavra escrita não tem limites”.
Firme defensor de divulgar a obra literária na internet, Paulo Coelho disse ainda que, se pusesse escolher, “preferiria ter 200 milhões de leitores e não ganhar nada a ganhar US$ 200 milhões e ter três leitores”.
A Mango explicou que 50% a 60% do valor arrecadado com a venda das camisetas irão para a fundação beneficente
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