Está disponível para consulta pública na internet o projeto de incentivo aos serviços ambientais de comunidades rurais que vivem no Acre sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa. O documento Projeto de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) Fração Carbono faz parte do plano de controle do desmatamento do estado e também é resultado do seminário Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd) e Povos da Floresta, promovido pelo Fórum Amazônia Sustentável, esta semana, em Rio Branco. O documento pode ser consultado até o dia 13 de novembro.
Em toda Região Norte, apenas o Amazonas realiza o pagamento por serviços ambientais por meio do programa Bolsa Floresta. Com o seminário no Acre, demos o pontapé inicial para a criação do marco regulatório para pagamento por serviços ambientais, que devem ser realizados prioritariamente para as populações tradicionais da Amazônia, ressaltou um dos membros da executiva do Fórum Amazônia Sustentável, Júlio Barbosa.
Segundo Júlio Barbosa, que também é um dos dirigentes do Conselho Nacional dos Seringueiros no Acre, a meta é estimular extrativistas, indígenas, pequenos, médios e grandes produtores a reduzirem as emissões de gases do efeito estufa com ações que evitem o desmatamento. O projeto propõe o início das atividades por seis áreas mais suscetíveis, entre elas o entorno da BR-364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, no oeste do estado.
Para tanto, é necessário que a borracha, a castanha e outros muitos produtos da floresta sejam mais valorizados no mercado brasileiro, ressaltou.
Para ele, o encontro foi positivo porque contou com a participação de quase 200 pessoas, incluindo indígenas, pescadores e agricultores dos 22 municípios do estado, além de representantes do poder público municipal, estadual e de organizações não governamentais. O Fórum Amazônia existe desde novembro de 2007 e reúne quase 170 entidades civis de todo o país, que discutem e propõem agenda para o desenvolvimento sustentável da região.
A Secretaria de Meio Ambiente do Acre informou que o seminário também contribuiu para preparar as lideranças das comunidades participantes sobre o tema proposto. A expectativa é que, ainda este ano, na Conferência do Clima em Copenhague (COP-15), seja definida uma estratégia do novo acordo climático global para ajudar a conter as emissões de gases do efeito estufa.