A formação de professores com nível superior é um dos principais desafios para a consolidação da educação indígena no país, segundo o coordenador geral da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Gersem Baniwa.

Segundo ele, atualmente existem 2,5 mil escolas indígenas, nas quais atuam 12 mil professores. Desse total, 10 mil são índios. Quanto à formação, 80% do total de professores possuem magistério indígena e 30% têm ou estão cursando o nível superior.

“Temos que trabalhar para que os outros 70% entrem em processo de formação superior, principalmente em licenciatura intercultural”, reconheceu. O coordenador destacou ainda a exigência legal de que professores possuam nível superior.

De acordo com ele, a capacitação desses profissionais está sendo feita por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind). O programa oferece o curso em licenciatura intercultural por meio de parcerias entre o MEC e as universidades públicas. As instituições montam os cursos e o ministério cuida do financiamento.

O curso de licenciatura intercultural, na opinião de Baniwa, é fundamental para que seja desenvolvido um projeto pedagógico próprio para a população índia. “Historicamente, a educação oferecida aos povos indígenas no Brasil tem sido escolas pensadas e administradas pelos não-índios”, lembrou.

De acordo com Baniwa, o estabelecimento de um novo sistema “pressupõe uma reorganização dos princípios normativos, legais e administrativos da educação escolar indígena”.

A construção de um sistema próprio para os povos indígenas foi o principal tema da Conferência Regional Nordeste de Educação Escolar Indígena. O encontro reuniu representantes de 29 povos indígenas de Alagoas, Bahia e Sergipe, entre os dias 10 e 13 de março, em Salvador (BA).

O evento é uma das etapas preparatórias para 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que será realizada em setembro, em Brasília.


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Formação de professores é desafio para consolidar modelo de educação indígena