Uma das melhores formas para sentir como anda a atividade da economia brasileira é saber o nível de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A queda brusca no volume de crédito do banco mostra que o crescimento econômico brasileiro será afetado, principalmente no quis por conta na redução de empréstimos para investimentos em modernização e criação de nova capacidade da indústria.
De acordo com o próprio BNDES, as consultas para novos empréstimos usados para a compra de máquinas e equipamentos apresentou um recuou de quase 50%, caindo de R$ 3 bilhões em maio de 2008 para R$ 1,6 bilhão no mesmo mês deste ano. As informações constam na edição desta segunda-feira (8) do jornal Folha de S. Paulo.
A reportagem cita a superintendente de Área de Operações Indiretas do BNDES, Cláudio Bernardo de Moraes. Segundo ela, a crise é a principal causa pela queda na intenção de ampliação da capacidade das indústrias e da renovação de seus maquinários. De acordo com os dados, a intenção de compra de novas máquinas para a própria indústria é a que mais caiu, sem sinalizar sinais de recuperação. A boa notícia é o aumento pelo interesse de crédito para a aquisição de caminhões.
Nos quatro primeiros meses do ano, o banco liberou R$ 6,684 bilhões para a compra de máquinas e equipamentos, o resultado representa uma queda de 3,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o total chegou a R$ 6,919 bilhões.
A queda no investimento na modernização e ampliação das indústrias mostra que as empresas sentiram os impactos da crise, mas essa decisão de adiar os investimentos pode representar um crescimento em menor ritmo da atividade industrial no futuro, já que são esses equipamentos que iriam colaborar para isso. Com a compra postergada, as máquinas deixam de ser produzidas e os produtos que viriam a partir delas demoram mais para irem ao mercado.
Em recente pesquisa, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou para a queda de 22,6% da produção de máquinas e equipamentos nos quatro primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi a maior queda entre todas as categorias do levantamento.
Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligada ao governo federal, os investimentos nesse setor depende principalmente das boas perspectivas para a economia. Ele cita que o setor de máquinas foi um dos que mais cresceu em 2005, quando a economia iniciou uma trajetória de alta.