O líder cubano Fidel Castro disse nesta sexta-feira que o devastador terremoto no Haiti é só uma “pálida amostra” do que a mudança climática pode causar.

“A população mundial não está ameaçada apenas por catástrofes naturais como a do Haiti, que é só uma pálida sombra do que pode acontecer no planeta com a mudança climática”, afirma o ex-presidente, em um novo artigo da coluna Reflexões, divulgada pela imprensa oficial cubana.
Fidel diz que não há dúvida de que todos os países e as instituições internacionais farão o maior esforço para salvar vidas humanas e aliviar a dor desse sofrido povo.

“Não podemos culpá-los pelo fenômeno natural que ocorreu ali, embora estejamos em desacordo com a política seguida com o Haiti”, acrescenta Fidel, que não aparece em público desde 2006.

“O Haiti é produto líquido do colonialismo e do imperialismo, de mais de um século de uso de seus recursos humanos nos trabalhos mais duros, das intervenções militares e da extração de suas riquezas”, afirma o primeiro-secretário do governante Partido Comunista de Cuba. “Este esquecimento histórico não seria tão grave como o fato real de que o Haiti é uma vergonha de nossa época, em um mundo onde prevalecem a exploração e o saque da imensa maioria dos habitantes do planeta”, disse.

Fidel diz também que sente “um saudável orgulho pela cooperação que, nestes instantes trágicos, os médicos cubanos e os jovens médicos haitianos formados em Cuba estão prestando a seus irmãos do Haiti”.
O artigo lembra que “cerca de 400 médicos e especialistas da saúde prestam cooperação gratuita ao povo haitiano”.

Terremoto

O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.

Na quarta, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de “centenas de milhares” de mortos.

O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto. A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.


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Fidel diz que mudança climática pode ser pior que terremoto no Haiti

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