“Eu me jogo mesmo”, frase do blog Dus Infernus, resume o estilo de vida de seu criador, o jornalista Vitor Angelo. Frequentador assíduo da vida noturna paulistana, é praticamente impossível achar uma foto sua na qual não esteja se divertindo ou sorrindo, mesmo em ambientes onde o carão impera. Já trabalhou no GNT Fashion, MTV e SBT, e é um dos autores de “Aurélia”,
dicionário de gírias usadas pelos gays. Atualmente assina a coluna GLS
da Revista da Folha de S. Paulo. Confira os seus lugares preferidos da Cidade aqui no Fica a Dica:
O melhor boteco – Tem dois: o Monarca na esquina da Augusta com a Luis Coelho que adoro encontrar meus velhos amigos de cinema para uma cervejinha cinéfila. Fora isso tem uma feijoada deliciosa, com preço honesto. Já também aconteceu algo misterioso lá: teve uma vez que combinei com a escritora Clarah Averbuck de comer uma fejuca lá, ela foi e eu também, no mesmo horário, comemos a feijoada e não nos encontramos porque os dois estavam sem bateria no celular e não tínhamos como nos comunicar, mas o lugar é pequeno e a gente nem se viu, e o pior temos testemunhas que estavam com a gente… muito estranho!). O outro é o Ibô como chamamos, o Ibotirama, na Augusta com a Fernando Albuquerque, lá, toda terça, eu encontro com minhas amigas fashionistas: a Jana Rosa, a Antonia Petta, e a Adelaide Ivanova do Chic, a Fernanda Resende do Oficina de Estilo, a Katylene, o Luigi Torre, enfim, fashionistas que falam minha língua e com o pé no chão, não vivem um falso deslumbre de glamour e encaram a moda como um trabalho apenas, quer dizer, um trabalho apaixonante.
Um cantinho que só você conhece – Acho que isso não existe, pois em São Paulo tem tantos lugares vasculhados e publicados em todos os guias e publicações, mas vou citar um recente que merece a visita, a galeria SOSO Arte Contemporânea Africana. Lá com certeza você viajará para muitos cantinhos que ninguém conhece na cidade.
Pro almoço de domingo – Eu ainda não fui, mas meu amigo, o designer Carlos Amorim, me prometeu levar no Consulado da China que dizem que nos domingos a comida é excelente e tem cerveja de garrafa. Tem alguns domingos que costumo levar a escritora Nina Lemos, que é vegetariana, para almoçar no rodízio de carnes do Paulista Grill, lá na João Moura com a Rebouças. E ela adora o buffet.
Pra bater perna – O Centro da Cidade, sempre, é charmoso, meio decadente, cosmopolita, tradicional, e devia ser uma obrigação cívica para todos que moram na cidade saber pelo menos onde é a São Luis, a Direita ou o largo do Arouche.
Sala de cinema favorita – Espaço Unibanco salas 4 e 5 que me lembram os antigos cineclubes que não existem mais na cidade, quando qualquer espacinho virava uma sala de cinema projetando algum Fassbinder ou o filme Possession.
Pra dar uma escapada rápida da cidade – O clubinho Cassemira, que fica no meio da Cohab de Carapicuíba, gente simpática, som bom, clima descontraído.
A pista mais divertida – A do Bar do Netão, em plena rua Augusta, lá sim é o verdadeiro bar secreto, pois muita gente nem imagina que nos fundos tem uma pista incrível e fervida
O parque mais bacana – O Minhocão de domingo
O bairro mais charmoso – Sou bairrista nesse sentido, Consolação, é lá (ou melhor, aqui, pois moro no bairro) que fica esse fenômeno maravilhoso que se chama Baixa Augusta, convivência pacífica entre prostitutas, gays, famílias, gente pobre, gente rica, playboy, patricinha, travestis, gente insana, roqueiros, clubbers, DJs, dublês de artista… Mas acho charmoso também o Bixiga e a Aclimação.
Pra levar um amigo gringo – Bom, tem a Vila Madalena, pra ver um ensaio do Pérola Negra, os inúmeros bares ou mesmo ir na Torre. Tem também o Bixiga, e os ensaios da Vai-Vai de domingo, mas sempre dá samba quando levo eles no que chamo de triângulo dos “shóstinhos” (corrupetela de shortinhos) formado pelo triângulo imaginário de 3 bares na Augusta: o Netão, o Vermelhinho e o Ecletico’s. Você pode passar a noite inteira entrando e bebendo e se divertindo nos 3 bares a se perder de vista (por isso a brincadeira com Triângulo das Bermudas, porque você não consegue sair dessa região dos três bares), fora que os gringos ficam loucos porque não tem algo assim em nenhum lugar do mundo.