O empresário Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e filho do senador José Sarney (PMDB-AP), não declarou em seu Imposto de Renda um negócio de venda de jogadores de futebol no Maranhão.
De acordo com conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, o filho de Sarney contou a um interlocutor que possui um centro de treinamento com 28 jogadores em Imperatriz (MA) e que no ano passado vendeu quatro deles para o clube Cruzeiro (MG). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Ética
O código de ética da Fifa não permite aos dirigentes de suas entidades associadas, como a CBF, a realização de negócios que representem conflito de interesses e que se traduzam em ganhos financeiros pessoais. Além disso, Fernando Sarney não é um agente credenciado pela Fifa para negociar jogadores.
Conversas
A conversa sobre a venda de jogadores se deu no dia 27 de março do ano passado, às 10h10.
“Outra coisa: eu tenho hoje um CT [centro de treinamento], eu tenho 28 jogadores permanentes, até 17 anos, ótimos meninos. Quando você entrar nesse negócio aí, se tiver alguém de fora, Europa, você se lembra de mim, que a gente pode ganhar uma grana boa, tá bom?”, diz Fernando. “Tá bom. Depois a gente conversa direito, porque tem esse cara aí”, diz o interlocutor.
“Esse cara, um dia desses, se quiser ir lá vai ficar empolgado. Eu tenho um negócio que, aqui em São Paulo, só o São Paulo tem, nem o Corinthians tem. Alojamento, os meninos moram lá. Eu vendi quatro para o Cruzeiro. Lindo!”, completa Fernando.
CBF
Questionada pela Folha de S. Paulo, a CBF não comentou o assunto.