A associação dos parentes das vítimas do acidente do voo 447 da Air France vai processar a fabricante europeia Airbus. Para isso, os familiares das vítimas contrataram o advogado mexicano George Hatcher, do escritório Masry & Vittoe, um dos maiores estrategistas do mundo nesse tipo de processo.
Hatcher esteve reunido com os parentes das vítimas na segunda-feira (20), no Rio de Janeiro, para discutir as estratégias jurídicas que serão adotadas no caso. Segundo o especialista, não importam as causas do acidente, já que o responsável na questão é o fabricante do avião.
No caso do desastre do Atlântico, o montante de pagamentos pode alcançar o valor recorde de US$ 700 milhões de dólares.
“Vamos processar a Airbus. Tenho uma lista de 700 pilotos com os quais costumo discutir. Dois deles são comandantes da ativa do A330 e, embora não se conheçam, disseram a mesma coisa: foram os computadores defeituosos os responsáveis pela perda da aeronave. O Airbus, na avaliação deles, é um projeto defeituoso”, definiu o consultor, de acordo com o Jornal do Brasil.
Assim como no acidente da TAM em Congonhas, Hatcher levará o processo para a corte na Flórida, nos Estados Unidos.
“As cortes da Flórida são rigorosas, tem uma simpatia pelo drama das famílias e não perdem tempo. Os acordos nos EUA são os mais altos no por isso. No caso do acidente de Congonhas são processos que somam US$ 100 millhões e a audiência na corte já está marcada, para março de 2010. Fizemos um acordo parcial com a TAM, mas há outros réus, como a BFGoodrich, responsável pelos freios, e a Pratt&Whitney, fabricante das turbinas, uma das quais estava com o reverso quebrado”, disse.
A ação relativa ao caso da Air France deve ser aberta também na Flórida, onde há um centro de treinamento e um escritório comercial da Airbus.