Pelo menos quatro grandes obras em rodovias federais do Nordeste estão paralizadas devido à falta de asfalto. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, duas delas foram incluídas no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).
Apesar das recentes críticas do presidente Lula ao TCU (Tribunal de Contas da União) nas obras do PAC, que poderiam resultar em atrasos no cronograma, o problema desta vez é da estatal Petrobras.
O aumento da demanda pelo asfalto, segundo as distribuidoras do produto e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), foi provocado pelo alto investimento em estradas no Nordeste neste ano – especialmente por causa do PAC, que concentrou 27% do seu gasto total com rodovias na região. A demanda explodiu a partir de setembro, quando as chuvas terminaram.
Por causa disso, a Petrobras – única produtora do CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo), principal insumo do asfalto, no país – importou o produto pela primeira vez desde a década de 1960. Um navio da Espanha, com 7 mil toneladas de CAP, deve chegar nesta semana.
A quantidade importada equivale à metade da atual demanda semanal no Nordeste. Atualmente, a Petrobras oferece cerca de 6 mil toneladas de CAP por semana à região para uma demanda de 15 mil toneladas.
A restauração da BR-116 no trecho próximo a Fortaleza, no Ceará, a duplicação da BR-135 no acesso ao porto de Itaqui, no Maranhão, o recapeamento de um trecho da BR-343 no Piauí e a duplicação da BR-101, que liga o Rio Grande do Norte à Paraíba, são algumas das principais obras que foram afetadas com a falta de asfalto.