A fabricante de cigarros Imperial Tobacco Canada destruiu, no ano de 1992, dezenas de estudos realizados por seus cientistas que provam que o tabagismo causa câncer e vicia, segundo uma pesquisa revelada nesta quinta (15).

O trabalho, publicado na Revista da Associação Médica Canadense, indica que os estudos, relativos ao período 1967-1984, foram destruídos para que não fossem usados nos processos contra empresas de tabaco abertos nos Estados Unidos nos anos 1990.

A Imperial Tobacco Canada era uma filial da multinacional British American Tobacco (BAT), uma das maiores companhias tabaqueiras do mundo e dona da Souza Cruz no Brasil.

A decisão foi tomada depois que, em 1989, um juiz canadense autorizou o acesso às pesquisas científicas realizadas pela Imperial Tobacco Canada e a BAT.

Em carta datada de junho de 1992, um advogado da Imperial Tobacco Canada informou à BAT que a empresa destruiu cópias de 60 documentos – com cerca de sete milhões de páginas -, embora tenha mantido outras cópias nas sedes sociais da BAT no Reino Unido.

Os pesquisadores canadenses descobriram que 40 dos 60 documentos destruídos se referiam aos efeitos cancerígenos e à “atividade biológica” dos cigarros.

Um dos documentos, de 1976, indica que a BAT estudou a relação entre a fumaça de cigarro e casos de câncer de pulmão, bronquite, enfisema, doenças cardiovasculares e anormalidades reprodutivas.

Outros documentos indicariam que cigarros aparentemente menos prejudiciais que os comuns, na verdade, eram mais perigosos porque os fumantes compensavam o uso de produtos com menos nicotina aumentando a quantidade de fumaça inalada.


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Fabricante gringo destruiu estudos sobre os males do fumo

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