Uma das tarefas ainda pendentes no futebol é lutar contra o êxodo de jovens jogadores de países em desenvolvimento (especialmente “africanos e sul-americanos), muitas vezes enganados por falsas promessas de oportunidades no exterior, afirmou hoje o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A pouco menos de um mês da abertura do Mundial da África do Sul, o dirigente falou sobre a necessidade de proibir a transferência de jovens talentos antes dos 18 anos.

“Cada jogador deve ser protegido. Não queremos ver mais garotos africanos deixando suas casas, ou não podendo voltar pela vergonha de não terem encontrado espaço em um clube”, diz Blatter em entrevista hoje no jornal suíço “La Tribune de Genève”.

Revelou que um grupo de trabalho começou a funcionar para tratar a questão. “Estamos trabalhando com a Confederação Africana de Futebol para criar uma liga profissional ou semiprofesional que permita aos jogadores africanos jogar em seu continente”.

Sobre a questão de segurança durante o mundial que começa em 11 de junho, o chefe da Fifa reconhece que “a segurança total não existe”, mas assegurou que todos – os países participantes e seus especialistas, sob a coordenação de Interpol – “se uniram para fazer o máximo”.

“Agora mais que nunca, sabemos que os grandes eventos midiáticos são alvos potenciais”, reconhece. Sobre as modificações ainda possíveis para melhorar as partidas, Blatter defende a ideia de dois árbitros, uma sugestão “abandonada” por enquanto, mas “que teremos de avaliar em breve”.

“Pela duração, em um campeonato longo tudo se equilibra, mas em uma partida na qual tudo está em jogo os erros causam prejuízos. É preciso encontrar uma solução”, opina. Mas Blatter exclui o uso do vídeo, porque este recurso “retira a espontaneidade e a discussão”.


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Êxodo precoce de jogadores para exterior preocupa Fifa