Exames capilares feitos na França em 2008
revelaram o uso de um hormônio antienvelhecimento considerado doping
em atletas de futebol, rugby, atletismo e ciclismo, segundo o
diretor da agência local antidoping, Pierre Bordry.
“É a prova de que não há doping apenas no ciclismo”, afirmou
Bordry à Agência Efe. Ele se mostrou particularmente surpreso com a
descoberta entre jogadores de futebol, esporte que considerava pouco
afetado pelo problema.
Segundo dados da agência antidoping, 16,5% das amostras capilares
analisadas em 2008 revelaram a presença do esteroide anabolizante
dehidroepiandrosterona (DHEA), de difícil detecção no sangue e na
urina, mas que deixa rastro no cabelo e nas unhas.
Mais casos do uso desta substância foram encontrados entre
jogadores de futebol, com 21,8%, seguido do ciclismo amador (17,6%),
rugby (16,7%), atletismo (13,22%) e do ciclismo profissional
(10,8%).
Segundo Bordry, ninguém será punido porque estes foram os
primeiros exames feitos para detecção da substância. No futuro, os
exames serão feitos em praticantes de outros esportes.
“Por enquanto será uma pesquisa para conhecer a extensão do uso
destas substâncias, mas no futuro haverá punições”, avisou o
presidente da agência francesa, que prevê a inclusão de análises
capilares como uma nova ferramenta na luta antidoping.
Para ele, é evidente que os restos do esteroide encontrados nos
138 exames feitos em 2008 provam que essa substância, que melhora o
rendimento esportivo, vem sendo utilizada no mundo do esporte.
O DHEA é consumido fora dos períodos de competição, e por isso é
necessário realizar as análises nos momentos de repouso dos
esportistas.
Apesar de melhorar o rendimento físico, a substância traz riscos
para a saúde. Segundo alguns estudos médicos, ela pode ter efeitos
cancerígenos – conclusão que nem toda a comunidade aceita. No entanto, a Agência Mundial Antidoping (AMA) já a incluiu na
lista de substâncias dopantes.