Um saboroso cachorro-quente pode esconder um grande perigo à saúde das crianças. Segundo a Academia Americana de Pediatria, os hot dogs são responsáveis por cerca de 17% dos casos de asfixia provocada por alimentos em crianças de até 14 anos.
Para reduzir essa estatística, os pediatras querem reduzir o tamanho dos cachorros-quentes destinados à garotada, além de adaptar sua forma e textura.
“Se você pudesse pegar os melhores engenheiros do mundo para projetar um alimento perfeito para as vias respiratórias de uma criança, esse alimento tem quer ser um cachorro-quente”, alerta Gary Smith, diretor do Centro de Pesquisas de Doenças do Hospital Infantil de Columbus, em Ohio, em um comunicado. “Uma vez que está preso na garganta, é quase impossível retirar um cachorro-quente.”
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, mais de 100 mil crianças são atendidas anualmente nos hospitais dos Estados Unidos com problemas de asfixia alimentar e cerca de 77 morrem.
Assim como no Brasil, a legislação americana obriga que as empresas produtoras de brinquedos alertem os pais através de rótulos e avisos de segurança sobre peças pequenas que podem ser ingeridas pelas crianças. Mas o mesmo não acontece com alimentos que podem causar asfixia.
De acordo com Janet Riley, presidente do Conselho Nacional de Cachorros-Quentes e Molhos, mais da metade dos hot dogs industrializados já estampam dicas de prevenção em suas embalagens. Mas ela questiona se as etiquetas de advertência são mesmo necessárias.
“Como mãe, eu preciso cortar os alimentar que ofereço para meus filhos até que eles tenham idade suficiente para manuseá-los”, explica Riley, segundo o jornal USA Today.
De acordo com a Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos (Food and Drug Administration), já existem planos para rever a legislação sobre os alimentos “impróprios para a alimentação”.
Mas readequar o tamanho do cachorro-quente pode representar o agravamento de um problema de saúde pública. “A última coisa que precisamos é redesenhar os alimentos que oferecemos às crianças”, pondera o pediatra Alan Greene. Segundo ele, ao disponibilizar alimentos com tamanho menor, a obesidade infantil vai aumentar cada vez mais.