Pesquisadores franceses descobriram que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida pode ser o responsável pela falta de absorção de CO2 no Atlântico sul. Os oceanos absorvem grande quantidade de gás carbônico da atmosfera. Somente a região sul do Atlântico absorve 15% de todas as emissões de CO2 do planeta mas, entre 1987 e 2004, a região deixou de reter quase 2,5 bilhões de toneladas de CO2, o equivalente à emissão de gás carbônico em um ano no mundo.

De acordo com recente reportagem da revista New Scientist, Andrew Lenton e seus colegas da Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris, criaram um modelo climático para comparar a absorção de gás carbônico, desde 1975, com e sem a camada de ozônio. Ao simular o modelo com o buraco na camada, perceberam a queda na absorção de CO2.

O buraco na camada de ozônio altera o equilíbrio da radiação na atmosfera terrestre, que intensifica o regime de ventos no Atlântico sul que, por sua vez, provoca um aumento da circulação das águas. Assim, camadas inferiores de água, mais saturadas com gás carbônico, atingem a superfície e limitam o poder do oceano em absorver CO2. Além disso, mais gás carbônico na superfície significa água mais ácida, que prejudica espécies como camarões, lulas e corais. Isso sem contar que o CO2 é um dos principais gases de efeito estufa e do consequente aquecimento global.


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Estudo mostra que Atlântico sul está perdendo capacidade de absorver CO2

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