A Copa do Mundo de 2014 poderá deixar no Brasil estádios modernos e caros, mas com grandes chances de se tornarem “elefantes brancos”, alertaram nesta sexta-feira alguns especialistas no assunto.
A maior parte dos 12 estádios que serão construídos ou remodelados não possui planos para sua utilização depois do Mundial, afirmou o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Base (Abdid), Adílson Primo.
“Verificamos que na maioria dos estádios não haverá o desenvolvimento de um conceito multiuso que permita seu aproveitamento após o Mundial”, explicou Primo em um seminário realizado no Rio de Janeiro sobre a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A rentabilidade dos estádios também foi tema do discurso do vice-chanceler e ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, que participou do evento.
Westerwelle estendeu a mão ao Brasil e ofereceu a experiência de seu país como sede da Copa de 2006 para mostrar como aproveitar os estádios e desenvolver aspectos paralelos, como o de infraestruturas das cidades organizadoras.
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, negou que os projetos dos estádios sejam inviáveis e insistiu que os bancos públicos somente concederão créditos aos projetos sustentáveis do ponto de vista financeiro. “Alguns projetos inclusive reduziram a capacidade dos estádios para ajustá-los aos critérios da Fifa”, disse o ministro.
A demora nos preparativos para o Mundial do Brasil preocupa a Fifa, segundo o secretário-geral, Jerome Valcke, que na semana passada lembrou que a data limite para que os estádios estejam prontos – 31 de dezembro de 2012 – “é amanhã, e ainda há muito trabalho a ser feito”.