Peter Cumming, professor da Universidade York, em Toronto (Canadá), afirmou que a troca de fotos de pessoas nuas ou em poses sensuais através de celulares, fenômeno conhecido como “sexting”, não deveria ser penalizado sob as leis de pornografia, informou na quarta-feira (27) à imprensa americana.
Há cerca de um ano, uma jovem americana cometeu suicídio após fotos nas quais ela aparecia nua serem enviadas a celulares, o que fez com que setores dos Estados Unidos exigissem que o sexting fosse penalizado sob leis de pornografia.
Segundo a ONG de Prevenção de Gravidezes Imprevistas entre Adolescentes, 20% dos jovens de entre 13 e 17 anos mandou alguma imagem ou vídeo nu ou seminu, segundo dados de uma pesquisa.
No entanto, Cumming, no Congresso de Humanidades e Ciências Sociais realizado em Ottawa, defendeu que o sexting nada mais é do que uma variação moderna da “brincadeira de médico” que muitas crianças e adolescentes fazem durante a fase de descoberta do sexo.
“A tecnologia muda as coisas e pode haver consequências graves. Mas não se deve esconder o fato de que as crianças e os adolescentes são seres sexuais que sempre exploraram sua sexualidade, em todas as culturas e em todos os lugares”, assegurou.
Nos EUA foram apresentadas propostas para classificar o sexting como pornografia infantil, mas “deveria haver uma distinção entre a nudez e a pornografia”, acrescentou.