Durou menos de uma hora e terminou com agressões verbais entre os participantes a reunião para eleger a comissão especial na Câmara dos Deputados para analisar os projetos de lei sobre mudanças no Código Florestal. Depois de lideranças do PV, P-SOL, PT e PCdoB reclamarem que não foram ouvidos na formação da chapa que presidiria a nova comissão, a maioria dos deputados se posicionou a favor de suspender a votação para a escolha dos integrantes da comissão.
O bate-boca começou quando o presidente da sessão, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), encerrou a reunião sem deixar que o líder do P-SOL, Ivan Valente (SP), que já tinha pedido a palavra, falasse. De acordo com um assessor parlamentar da Câmara dos Deputados, Collato deveria ter assegurado o pronunciamento, já que Valente é líder de partido.
Querem transformar isso numa fazenda, gritou Valente, exigindo desculpas do presidente da sessão. Se quer falar, venha aqui amanhã e fale, retrucou Colatto, que marcou para às 9h de amanhã (30) nova sessão para continuar com a escolha dos integrantes da comissão especial. O horário ainda depende de acordo em reunião que está sendo realizada.
O deputado José Genoíno (PT-SP) era um dos mais exaltados ao fim da sessão. Isso aqui não é criar boi, não. Se um líder pede para falar, ninguém pode interromper a sessão, esbravejou, enquanto o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) também gritava, chamando Genoíno de sem vergonha.
A chapa apresentada hoje é composta pelos deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), para presidente, Homero Pereira (PR-MT), para relator, Giovani Queiroz (PDT-PA), 1º vice-presidente, Sarney Filho (PV-MA), 2º vice-presidente, e Luis Carlos Heinze, 3º vice-presidente. A chapa, segundo Colatto, teria sido formada a partir de um acordo entre os partidos que compõem a Comissão de Agricultura, com o aval do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Sou líder do partido, não indiquei ninguém e quero deixar claro que não participei desse acordo, afirmou o líder Edson Duarte (PV-BA). Eu retiro o nome do deputado Sarney Filho. Às vésperas da Conferência de Copenhague, o Brasil está indo na contramão da história. O código florestal precisa de mudanças, mas não podemos começar esse processo desta forma, ‘tratorando’, afirmou.
Segundo Duarte, ao falar pelo telefone com o deputado Sarney Filho, que está fora de Brasília, ele disse não tinha pedido e nem sabia da indicação de seu nome para compor a chapa que integrará a comissão especial. Um dos principais objetivos do colegiado é unificar todas as proposições que tratam das mudanças no Código Florestal em um único projeto de lei.