Entrevista de emprego não é um bicho de sete cabeças. Todo mundo sabe o que fazer em uma delas… ou acha que sabe. Mas, por incrível que pareça, os mesmos erros continuam sendo repetidos – e reconhecidos por chefes e consultores de RH – há anos e anos. Acredite: você não é mais esperto do que centenas de outros candidatos que já passaram pelas salas deles.
Considerando a opinião de especialistas no assunto, reunimos os principais “crimes” cometidos nessas ocasiões e apontamos algumas dicas para quem quer agradar. Aproveite, são os próprios entrevistadores que entregam alguns dos segredos para se dar bem.
– Uma entrevista não começa quando você chega lá. É preciso antes fazer a lição de casa: informe-se sobre a empresa, descubra exatamente o que ela faz, qual sua importância no mercado, quais as atribuições do cargo que você está disputando… demonstrar ignorância é um erro fatal, vai parecer que no fundo você não está nem aí.
– Vá sozinho e não se atrase. Se você levar alguém pra ficar te esperando do lado de fora da sala, com certeza vão pensar que você não sabe se virar sozinho. Se for o papai ou a mamãe, então, só piora. Se quiserem te dar uma carona, beleza. Mas que esperem bem escondidinhos no estacionamento ou deem uma voltinha longe dali. E, claro, nem precisa explicar o quanto seu ex-possível futuro chefe vai adorar ter que ficar te esperando.
– Engula o nervosismo, mas só ele. Nem pense em comer uma balinha, um bombonzinho, fumar um cigarro (mesmo se houver uma área pra isso no prédio) ou, o pior de todos, mascar um famigerado chiclete enquanto conversa.
– Quando se apresentar, dê um aperto de mão firme. Não cumprimente com beijinhos, a não ser, claro, que o (a) entrevistador tenha essa iniciativa. Dependendo da informalidade e da idade da pessoa isso até pode acontecer. Mas, mesmo assim, não saia beijando antes, pra maioria ainda soa como excesso de liberdade.
– E, por mais que o ambiente seja informal ou moderno, não chute o balde. Não me apareça com uma regata, uma barriga de fora, maquiagem exagerada ou acessórios que ofusquem a visão do entrevistador. Dá muito bem pra ser discreto sem parecer careta.
– A regra da informalidade vale ainda para a postura e até para o jeito de falar. Não precisa chamar ninguém de Vossa Senhoria, mas também não saia falando um monte de gírias, por exemplo. E não fique jogado na cadeira, de braços cruzados ou com ar distraído.
– Você pode ser um cara super divertido. Mas nunca, em hipótese alguma, tente ser engraçadinho durante uma entrevista de emprego. Se o sujeito do outro lado for, paciência, ele pode. E você ainda precisa até dar um sorrisinho (não precisa forçar na risada também). Mas uma piadinha sem graça ou fora de hora são um pedido de “não me contrate”.
– Esteja preparado para as perguntas clichê. Não interessa qual a empresa, o ramo, se ela é formal ou não. Sempre vão querer saber como você trabalha sob pressão, como você se relaciona em equipe, quais seus pontos fortes e fracos blábláblá…
– E é nessa categoria que vem a clássica “fale sobre você”. Nessa hora é essencial saber dosar a humildade. Não seja arrogante, controle a quantidade de “eu fiz”, “eu sei”, “eu posso” nas frases. Mas também não seja coitadinho demais. O ideal é demonstrar firmeza e equilíbrio. E lembre-se de que você está ali por causa de trabalho, não pra falar da sua vida pessoal. Podem até te perguntar sobre algum hobby, mas mesmo isso pode ser um jeito de avaliar se você é uma pessoa concentrada, responsável (dizer que seu hobby é sair na sexta-feira pra encher a cara está totalmente fora de cogitação).
– Além de chegar atrasado, nada demonstra mais desinteresse do que não fazer perguntas. Por mais que o entrevistador tenha te dito tudo que você queria saber sobre horários, salários, benefícios, o que for… tenha sempre uma perguntinha na manga. “Não” é a pior resposta possível se ele disser “você quer perguntar alguma coisa?”
– E, pra encerrar, aquele que talvez seja o mais mortal dos pecados: falar mal de ex-chefes ou empresas. Primeiro porque o entrevistador não tem nada a ver com isso. Segundo porque é antiético e vai te dar um carimbo de rancoroso (por mais que você esteja certo e seu ex-chefe seja um filho da mãe). Terceiro: “ele é do tipo que fala mal quando sai, com certeza vai falar mal daqui depois”. E, quarto, pessoas se conhecem, especialmente quando são do mesmo ramo. Seu chefe de hoje pode ser amigo do cara que vai te entrevistar semana que vem. Precisa de mais?