A reunião do grupo dos maiores países desenvolvidos e em desenvolvimentos, o G-20, foi marcada pela definição que estas nações vão substituir as que fazem parte do G-8 (sete nações mais ricas do mundo e a Rússia) como principal fórum para discussão da economia mundial. As informações foram divulgadas por um alto funcionário da Casa Branca.
O entendimento das autoridades reunidas em Pittsburgh, nos Estados Unidos, é que o G-20 representa melhor a nova economia global do que o G-8, que seguirá realizando encontros, mas que serão apenas focados para os países mais ricos do mundo.
O G-20 Financeiro reúne os ministros de Economia e presidentes de bancos centrais das grandes economias desenvolvidas e emergentes. O grupo realiza reuniões desde 1999 e este ano ganhou uma importância maior devido à crise financeira presente em todo o mundo.
Esse grupo foi criado em 1999, com o objetivo de buscar respostas conjuntas para a crise que se instalou no final dos anos 90, que teve início na Ásia e contaminou diversas outras economias. Sua idéia inicial era formar um grupo mais representativo de países para tratar fundamentalmente de estabilidade financeira e políticas para evitar novas crises.
Entre os assuntos discutidos na reunião atual nos EUA, os americanos defendiam que o Fundo Monetário Internacional (FMI) funcionasse como uma espécie de juiz, monitorando os avanços dos países. Para Marcos Galvão, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda que está participando das negociações, os representantes do G-20 vão se reunir periodicamente para discutir a evolução na correção dos desequilíbrios, e o FMI atuará apenas como assessor técnico.
A proposta inclui a criação de um mecanismo que teria medidas para reduzir o déficit do orçamento dos EUA e aumentar sua taxa de poupança, fazer com que a China dependa menos de suas exportações e mais do mercado interno, e levar a Europa a adotar mudanças estruturais para aumentar a competitividade e os investimentos.
O encontro do G-20 ganhou uma nova importância a partir da explosão da bolha do setor imobiliários dos EUA, que gerou um efeito dominó sobre o mercado financeiro internacional. Com isso, o foco da reunião anual foi modificado.
Agora, são prioridades no debate a reforma do sistema financeiro internacional, a questão das ajudas estatais dadas aos mercados para fazer circular livremente o crédito mais uma vez, reativando o crescimento econômico, e a reforma do FMI, dando maior poder de voto aos países emergentes.
Fazem parte do G-20 os ministros da Economia e presidentes de bancos centrais de 19 países: os oito países do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão e Rússia) mais África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia. A União Européia também integra o grupo, representada pela presidência rotativa do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu.