Na quinta-feira da semana passada os mercados financeiros de todo o mundo tomaram um grande susto com notícias vindo de Dubai, nos Emirados Árabes. O emirado, conhecido por seus luxuosos prédios, divulgou que iria adiar por seis meses o pagamento de dívidas que somam quase US$ 59 bilhões da empresa estatal Dubai Word.
A notícia correu o mundo e derrubou as bolsas de diversos países, em uma data que era feriado em Dubai. A empresa é uma forma de investimentos do governo que permite aos investidores internacionais participar, por exemplo, da construção de hotéis, resorts e marinas às margens do Golfo Pérsico.
Para muitos especialistas, o emirado está pagando o preço de um modelo econômico exibicionista, baseado em investimentos estrangeiros com objetivo de alavancar o turismo mundial. Na crise do ano passado, todos os investimentos na cidade foram paralisados e o mercado imobiliário foi fortemente atingido, com queda nos preços dos imóveis.
Um dos principais problemas, que fez com que as bolsas caíssem de forma acentuada, é o fato de grandes bancos europeus serem os principais credores de Dubai. Com esse anúncio, o temor de uma nova crise envolvendo os bancos tomou conta dos mercados e as ações despencaram.
A situação melhorou nos dias seguintes, com os investidores notando a real dimensão do problema. No entanto, a Bolsa de Dubai, que voltou a operar nesta segunda-feira (30) fechou a sessão em queda de 7,3%.