O empresário hondurenho Adolfo Facussé assegurou na segunda (29) que o presidente de fato, Roberto Micheletti, aceita renunciar se o líder deposto, Manuel Zelaya, reassumir nominalmente o cargo, mas sob prisão domiciliar, e o Gabinete de ministros governar o país.
“O presidente Micheletti aceitou renunciar se o presidente Zelaya aceitar submeter-se a julgamento”, declarou Facussé aos jornalistas, ao explicar uma proposta que ele colocou há duas semanas, a título pessoal, em uma tentativa de promover o diálogo sobre a crise política que vive Honduras.
Segundo esse plano, Micheletti renunciaria, “se Zelaya for instaurado e, no mesmo ato, um juiz lhe notificar “as acusações que pesam contra ele por delitos políticos e comuns”, e anunciar que “terá que esperar pelo julgamento em prisão domiciliar”, indicou o empresário.
“Basicamente, o que estamos propondo é ter um presidente ‘de nome’ e um Conselho de Ministros mandando no período que falta para as eleições” de 29 de novembro próximo, acrescentou.
Micheletti reiterou que está disposto a renunciar se Zelaya não assumir a Presidência e se nomear a uma terceira pessoa que assuma a Chefia de Estado para esgotar o mandato que vence em janeiro do próximo ano.
Na proposta de Facussé, “se limitam estritamente as funções do presidente Zelaya” para que não possa destituir os ministros, sair do orçamento ou despedir, contratar e transferir pessoal, entre outras ações, apontou o empresário.
Acrescentou que se propõe que uma “força militar de países amigos”, entre eles Colômbia, Panamá, Canadá e México, venha a Honduras “por um tempo para assegurar que o acordo se cumpra”.
O empresário, que disse desconhecer a opinião do deposto líder sobre a proposta, assinalou que se põe “uma limitação precisa das faculdades que teria Zelaya” porque “o povo não confia que Zelaya vá cumprir o que ele promete”.