Ocupando atualmente a quinta posição
nas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa de 2010, a Argentina recebe
a seleção peruana amanhã no Monumental de Núñez de Buenos Aires, às
19h de Brasília, e precisa de uma vitória para manter as chances.

Os comandados de Diego Maradona estão com 22 pontos e hoje
estariam classificados para a disputa de uma repescagem com o quarto
lugar do hexagonal final da Concacaf. Já os peruanos estão na
lanterna da disputa, com dez.

Vindo de derrotas para Equador, Brasil e Paraguai, a seleção
argentina chega para o confronto sem margem de erro e precisando de
uma combinação de resultados para garantir uma das vagas diretas.

Brasil e Paraguai, respectivamente com 33 e 30 pontos, já estão
classificados. O Chile aparece com 27 e também se garante caso ganhe
da Colômbia amanhã, em Medellín. O Equador é o quarto, com 23, e
recebe o Uruguai em Quito.

Segundo cálculos da imprensa local, o ideal para a Argentina
seriam vitórias de equatorianos, colombianos e do Paraguai, que
visita a Venezuela – com os mesmos 21 pontos do Uruguai – em Puerto
Ordaz.

Para conseguir os três pontos, Maradona prepara nada menos que
sete mudanças na equipe. A principal delas é a entrada do atacante
Gonzalo Higuaín, convocado pela primeira vez à seleção, como
companheiro de Messi. O veterano Aimar, que ainda não tinha feito
parte deste grupo, é outra novidade.

Com isso, apenas o goleiro Romero, o zagueiro Heinze, o volante
Mascherano e Messi seriam os únicos a permanecer como titulares após
a derrota de 1 a 0 para o Paraguai em Assunção, no mês de setembro.

A pressão pela classificação vem acompanhada pelos rumores sobre
uma suposta saída do treinador. Ele afirmou ontem que não tem
intenção de renunciar ao cargo e atribuiu à imprensa as versões
divulgadas sobre essa possibilidade.

“Não vou renunciar, não sairei. Nunca disse isso. Peço à imprensa
um pouco de respeito”, disse Maradona em entrevista coletiva após o
treino de quinta.

Outra cobrança é para que Messi renda o mesmo que no Barcelona.
“Críticas sobre ele entram por um ouvido e saem pelo outro. Sempre
será titular”, disse Maradona.

Por sua vez, o Peru chega a Buenos Aires com a perspectiva de
fazer história e tirar os argentinos do Mundial da África do Sul. A
equipe deixou Lima hoje e o técnico José Del Solar não deve fazer
muitas mudanças.

Diferentemente de outras vezes, a delegação deixou o aeroporto de
Lima aplaudida por um grande número de torcedores. O grupo está
confiante em um bom resultado.

“Vamos com as melhores expectativas, não podemos nos poupar.
Temos consciência de que a Argentina colocará todo o time na frente,
pois tenta a classificação”, afirmou o meia Roberto Palacios.

Há alguns dias, diversos jogadores da seleção peruana se
mostraram dispostos a receber incentivos econômicos – a chamada
“mala branca” – para derrotar a Argentina.

“Contra o Uruguai já haviam comentado que poderíamos receber
alguma quantia, mas nada nos foi dito. Se agora houver algo, que nos
avisem por favor”, ressaltou Palacios.

O goleiro Leao Butrón também viu com bons olhos o possível
pagamento do que a imprensa peruana já chama de “bolsita”. “Sim, eu
aceitaria, e isso não pioraria meu rendimento em campo, porque na
hora de jogar não se pensa no dinheiro, mas em fazer um bom
trabalho”.

O atacante Johan Fano, autor do gol que deu o empate ao Peru
contra a Argentina na primeira partida entre as seleções nestas
Eliminatórias, disse que o árbitro boliviano René Ortubé, que
dirigirá o encontro de sábado, é sua maior preocupação.

“Não temo os 60 mil argentinos que torcerão pela equipe de
Maradona. O único que me preocupa é o árbitro. Devemos ter muita
cautela, e espero que ele seja justo e não nos prejudique em nada”,
afirmou.


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Em situação complicada, Argentina precisa vencer peruanos nas Eliminatórias