O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (01/03) em Londres, véspera da reunião da Cúpula do G20 (Grupo dos Vinte, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes), atacando o protecionismo, justamente o fator mais criticado de seu próprio pacote econômico.

Ao lado de Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido, Obama fez uma chamada contra o protecionismo ao assegurar que “quando os países deixam de cooperar, e se voltam para eles mesmos, os problemas só crescem”.

Um pedido paradoxal, já que o próprio plano de estímulo econômico de Obama inclui a cláusula “Buy American” para estimular a preferência pela compra de minério de ferro e aço americano, criticada em todo o mundo, justamente por seu caráter protecionista.

O presidente norte-americano afirmou que os membros do G20 devem atuar com “sentido de urgência” na cúpula de quinta-feira (02/03), para enfrentar a crise que, segundo ele, só poderá ser resolvida com uma ação conjunta.

Ele disse que não vai à cúpula “para dar lições, mas para escutar” e por isso consultou os países-membros nas semanas prévias à reunião.

“Estou convencido de que há um enorme consenso sobre a necessidade de atuar em uníssono para resolver os problemas”, sustentou Obama, a respeito das diferentes posições de EUA e Reino Unido e os demais países europeus. Enquanto os primeiros optam por planos para estimular a economia, os outros países europeus querem enfatizar a regulação do sistema financeiro.

O presidente americano minimizou a importância das informações sobre diferenças entre os países-membros. Segundo ele, a “meta é que cada país, de acordo com sua mentalidade política e suas circunstâncias econômicas, faça o necessário para que cresça a economia”.

Perguntado sobre as acusações européias de que a responsabilidade da crise começou nas práticas do sistema financeiro dos EUA, Obama respondeu que está “menos interessado em jogar culpas que em resolver o problema”.


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Em Londres, Obama ataca protecionismo, a marca de seu próprio pacote econômico

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